terça-feira, 17 de maio de 2011

Tormentos

Há dias assim. Em que o mundo parece que nos sovou, ou que tirou o dia para nos sovar.
Apetecia-me, num gesto de gulosa vingança, pegar na guitarra e tocá-la estridentemente, furiosamente, como uma espada que fere os teus ouvidos, e gritar-te bem alto, There's nothing Wrong With me!. Mas eu não sou o David Fonseca. E finda a raiva dormente, alucinante, ilusionista, nebulosa, retorno à realidade.
E descendo, voltando novamente à terra, desinfectando as feridas e tratando as mazelas, renovo a minha fé, e lembro-me que no fim da vida não presto contas na terra, mas no céu. E por isso ergo a cabeça. Tento ter os olhos posto no céu, no cimo, no topo, lá no alto. E sigo, cantando, assobiando, o meu caminho. Com uma certeza que é sustentáculo no caminho da vida. Porque o que nos foi dado para fazer não foi perdoar, mas amar. Todo o resto, são coisas do Altíssimo.
E quem me dera não fosse no meu tempo. E quem me dera que fosse de outra forma. Mas quem não souber ser feliz aqui e agora, nunca saberá sê-lo. Porque este foi o tempo que nos foi dado. Não outro.

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