quarta-feira, 31 de março de 2010

Finalmente uma alma solidária!


As mulheres modernas não me suportam e teimam em não me entender porque me afirmo conservador. Podia mandá-las ler Oakeshott, Berlin ou Burke. No entanto não creio que elas compreenderiam esses pobre eremitas. Antes prefiro dar-lhes o paleio do ilustre ídolo desta casa. Porque Deus providência até para os debates sobre a modernidade.
O meu sapiente mentor tem uma alma e uma pena que, pela sua natureza, trazem consigo essa sensação libertadora que é o da compreensão. Por tudo isto, insulto a minha sorte que me conduziu à imperdoável falta que é a de só hoje eu ter posto a vista em cima deste texto do João Pereira Coutinho.



A Culpa em 3D
ATENÇÃO: "Avatar", que levou três estatuetas no Oscar, provoca doenças. Li algures. Uma pessoa está várias horas na sala, com óculos 3D, acompanhando com entusiasmo as aventuras da raça humana em planeta azul e distante. E, quando a festa acaba, desce uma tristeza sem nome sobre a nossa alma. O confronto com a banal realidade pode ser, dizem, traumático.

Comigo, foi precisamente o contrário: deprimi durante o filme. Quando o filme terminou e eu mergulhei nessa "banal realidade", senti a alma a renascer. Será possível? Os médicos não têm
resposta para a minha estranha condição. Eu talvez tenha uma: "Avatar" pode ser um prodígio tecnológico do século 21. Pena repetir os piores clichês narrativos e políticos do século 20.

Mas vamos à história, caso a desconheçam. "Avatar" é um filme de ficção científica sobre a relação entre a raça humana e o povo Na'vi, habitante do dito planeta. Nesse planeta, de nome Pandora, existem recursos naturais valiosíssimos que os humanos cobiçam. Os Na'vi não abrem mão dos ditos recursos.

Os humanos respondem ao desafio de forma dupla: militarmente, preparam ofensiva bélica contra os Na'vi, esperando ocupar o planeta e roubar o que podem; cientificamente, a via é outra: entrar em contato com os nativos através de clones deles. Esses clones, que dão nome ao filme ("avatares"), são controlados mentalmente pelos próprios humanos. Como se fossem marionetes de controle remoto.

Fatalmente, a ganância militar vence a pureza imaculada da ciência. Os Na'vi são atacados; o
planeta Pandora parcialmente destruído; mas, redenção final, um dos cientistas, que começa como militar empedernido e traiçoeiro, termina como o Gandhi local, liderando a revolta e disposto a trocar de lado para defender os Na'vi da predação humana. Não nego que "Avatar" fascina os incréus com a utilização engenhosa do 3D. Mas a questão passa por saber se o 3D resiste à vulgaridade previsível da história. Não creio. Dez minutos bastam para experimentar a novidade visual de James Cameron. Ao décimo primeiro minuto, retiramos os óculos (com incômodo), bocejamos (com estridência) e sentimos que a novidade está vista e revista. Venha a história, por favor.

A história não vem. Vêm retalhos de histórias mil vezes contadas em que a denúncia é conhecida: nós, humanos, imperialistas e belicistas, não respeitamos a pureza das culturas locais. Exploramos elas para nosso ilegítimo ganho, esmagando a riqueza profunda, e profundamente espiritual, de povos que consideramos "primitivos" ou "inferiores".

Felizmente para esses povos, existe sempre um exemplar da espécie humana que, em ato de contrição, se converte ao nativismo, repudiando os valores "ocidentais" e combatendo-os em nome da causa tida por "inimiga". "Avatar" é isso: uma mistura de "Pocahontas", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai", servido em formato 3D. E, sendo isso, não se distingue do primarismo que habita esse tipo de filme: o primarismo de olhar para culturas distintas como intrinsecamente superiores à cultura branca, ocidental e, de preferência, judaico-cristã.

"Avatar" é um filme sobre a culpa; o sentimento de culpa que assola as consciências progressistas; sobre "o fardo do homem branco" que ele, coitado, carrega há gerações para expiação dos seus pecados "imperialistas". E dos pecados dos seus pais, de seus avós, e bisavós, e trisavós... O que está ausente dessa visão é a ideia simplória de que a cultura branca, ocidental e judaico-cristã, apesar dos seus erros históricos (que os houve), também foi capaz de produzir uma civilização que garante ainda um espaço de liberdade, humanidade e decência que, muitas vezes, está ausente dessas culturas "intocadas". Culturas onde a arbitrariedade do poder tribal; a violência física sobre os mais fracos; o animismo pré-científico; e até a mera bruxaria terapêutica não deveriam inspirar respeito. Só repulsa.


Regresso ao início. "Avatar" provoca doenças? Dizem que sim. Um mundo azul de comunhões espirituais perfeitas pode alimentar sério desânimo para quem não gosta de se confrontar com o mundo imperfeito onde vivemos. No meu caso, a doença só se dissipou quando abandonei o sermão de James Cameron e o seu belo planeta de tédio. Dissipou-se, enfim, quando regressei à "banal realidade" das nossas vidas igualmente banais. A cidade. As sirenes, o trânsito, os rostos que passam. A chuva. A banca dos jornais. Os cafés. Os amigos que se encontram. A noite que cai.»


Subscrevo tudo o que diz o João. Se me permitem, associo-me a ele. Sinto-me abraçado fraternalmente ao lê-lo. Mais: até sinto as suas palmadinhas nas costas. Simplesmente esquecia a Pocahontas e a Dança com Lobos e os demais, e em vez disso compararia a pelicula apenas a um fenómeno nacional: a Floribela. Porque ainda mais absurdo que a clara crítica ao mundo ocidental, o filme traz subjacente a ridícula mensagem ecologista de que o mundo é salvo pelas árvores e animais com os quais falamos e caminhamos por entre as amarguras da vida em pé de igualdade. Perdão, é pior: em clara desigualdade negativa. Isso, mais fadinhas.
Mas percebo os exemplos do João: não ficaria bem a um cronista internacional, ilustrar um problema cingindo-se à realidade nacional. Parecia pouco culto e, também, muito pouco internacional.

No entanto, as lágrimas que agora me escorrem pela cara por me ver tão compreendido por alguém que diz o que eu por manifesto defeito nunca arranjei talento para dizer não me devolvem as horas que perdi naquela sala de cinema.
Valeu pela companhia.
Enfim...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tributo aos Portugueses


«Entre as recordações mais gratas que a minha memória conserva estão duas estadias em Portugal, motivadas pelas conferências para que fui amavelmente convidado. A hospitalidade dos Portugueses, a sua capacidade para um sincera amizade, o seu espírito fidalgo e hospitaleiro produziram em mim uma impressão indelével. Desde então, o país lusitano é, a seguir à minha terra natal, a nação da minha preferência.»


in Javier Hervada, Crítica Introdutória ao Direito Natural, Resjurídica, 1990, pág. 5

domingo, 28 de março de 2010

200 Anos de Herculano

Porque a Voz Portalegrense se lembrou...
"(...)
Tanto os republicanos como os salazaristas criticaram e renegaram os liberais. No entanto, a maior parte das estruturas criadas pelos liberais permaneceram.
A obra liberal fazia parte da cultura do país.
(...)
Nos liceus fundados pelos liberais, gerações de alunos continuaram a estudar Garrett e Herculano, os dois principais escritores do liberalismo.
(...)
A conquista de Lisboa em 24 de Julho de 1833 limitara o campo do possível. Era isso que Hegel queria dizer com a ideia do «fim da história.»."
in Rui Ramos, Outra Opinião - Ensaios de História, Lisboa, O Independente, 2004, pág.23

sexta-feira, 26 de março de 2010

Renuncia a principios basados en la fe lleva a autodestrucción de España


Juan Manuel de Prada - VALENCIA, 24 Mar. 10 / 10:07 pm (ACI)

El conocido intelectual y escritor católico Juan Manuel del Prada, advirtió que "lo que caracteriza nuestra época es la claudicación de los valores y la renuncia inconsciente de los principios basados en la fe, que nos ha llevado a que Occidente, y España de manera más rápida y virulenta, viva un proceso de autodestrucción".

En su ponencia titulada "¿Quo Vadis, España?" (Adónde vas, España?) en el marco del V Foro sobre Educación y Solidaridad que organiza la Gran Asociación de Beneficencia Nuestra Señora de los Desamparados, en Valencia, el también colaborador de L’Osservatore Romano y otros diarios, analizó la situación por la que atraviesa el país ibérico como consecuencia de la pérdida de la fe.

El también ganador del Premio Planeta, indica la nota de prensa, explicó que la religión cristiana ha propiciado muchos de los avances de la humanidad, que tiene su "última expresión" en los Derechos Humanos. Por eso, declaró, "la ruptura con la fe es también una ruptura con el sentido profundo de los Derechos Humanos, que han dejado de ser un reconocimiento de la dignidad y se han convertido en concesiones graciosas que el poder nos otorga para satisfacer nuestros caprichos".

Para Juan Manuel de Prada uno de los principales motivos de los males de nuestra sociedad es el culto a la libertad sin controles, lo que "en realidad nos hace más esclavos que nunca". Desde su punto de vista, "enalteciendo la libertad hemos convertido en sagrada e intocable a la democracia actual, aunque este sistema de gobierno, como cualquier otro, puede acabar degenerando en una tiranía".

"Las tiranías modernas son infinitamente más poderosas que las clásicas, porque en lugar de reprimir y censurar, permiten libremente la expresión de todos los pareceres, consiguiendo que la gente no tenga conciencia de estar sometida", afirmó.

Para ejercer ese poder, los gobiernos han llevado a cabo lo que Prada llama "un proceso de ingeniería social de destrucción" que se basa en romper los vínculos entre las personas, especialmente los familiares. De esta manera, el trabajo se ha impuesto como el objetivo principal en nuestras vidas, agotando el tiempo que los padres dedican a los hijos.

También denuncia que "se ha exaltado el egoísmo enmascarado de libertad" y se ha roto con la función inherente a la familia de transmisión de afecto y de la vida. Como ejemplo de esta grave deshumanización que sufre la sociedad española citó la ley del aborto: "A lo que es un crimen se le llama derecho", alertó.

segunda-feira, 22 de março de 2010

As Rolhas

A ‘lei da rolha’ foi aprovada no congresso laranja e, nos dias seguintes, o mundo desabou sobre o dr. Santana. ‘Estalinismo’, disseram as comadres, com típico rigor histórico.

Perdoo-lhes, porque elas não sabem o que fazem. E, com total honestidade, envio um abraço ao dr. Santana: a ideia de punir militantes em vésperas eleitorais pode ser uma violência para quem preza a opinião livre. Mas quem preza a opinião livre tem sempre um caminho altamente meritório: não entrar para um partido ou, em alternativa, sair dele. Porque o PSD, ou o PS, ou até o PCP têm toda a legitimidade para organizarem a casa como entendem, desde que não imponham aos outros as regras que aplicam aos seus.

Claro que, à margem desta discussão, existe outra: a oportunidade. Um partido que denuncia a ‘asfixia’ fora de portas não devia exibir em público as suas ‘asfixias’ privadas. Mas esta questão táctica não altera o paradoxo essencial: os paladinos da liberdade são precisamente os mesmos que condenam as escolhas livres de um partido a que não pertencem. Haverá maior exibição de intolerância?
João Pereira Coutinho, in CM de 19 de Março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

PAEP: Diário de Bordo

O que os homens querem de uma mulher


Elas não querem saber o que são as coisas, mas como funcionam e para que servem. Serão as mulheres "homens de acção"?

Quando me perguntam o que acho das mulheres, a minha inclinação natural é responder como um arguido: "Nada a declarar." Acho preferível exercer o meu direito ao silêncio, não vá alguém usar contra mim algumas das minhas palavras. Todo o homem é isso mesmo, começa como arguido diante das mulheres. Precisa de provar para não ser condenado.

Por isso, sempre achei que o segredo do negócio é dizer pouco e escutar muito. Se sei alguma coisa sobre as mulheres, é o mesmo que sei sobre economia: sei que devia saber mais. Mas não sei. E o que sei é mais ou menos o que irei repetir aqui.

É o seguinte. Toda a mulher - bela, feia, mediana, celestial, não importa - é, como dizia Cesare Pavese, um "homem de acção". Pavese teve uma paixão funérea (por uma americana que o chutou para canto) e disse que as mulheres são "homens de acção". Não acabou bem: matou-se. Os seus diários estão cheios dessa necessidade de perceber as mulheres, de prever as mulheres - e as mulheres, já se sabe, não querem nada muito transparente que logo se cansam. Pavese até sabia e foi por saber que se lixou.

De qualquer maneira, o que importa é essa visão realista sobre as mulheres: as mulheres como criaturas menos falíveis, menos lunáticas do que os homens, as mulheres dotadas de maior pragmatismo e lucidez que os do "outro lado".

Para as mulheres, não existem abstracções. Por exemplo, não existe o Homem mas homens concretos e mulheres concretas. Existe o pai, o irmão ou, desculpem o termo, o companheiro; nunca o membro insípido e distante da espécie. Depois, reparem que as mulheres, que nunca fizeram muitas revoluções, nunca fizeram, sobretudo, revoluções inúteis. O sufragismo foi uma revolução útil. As feministas empenhadas sabiam que não estavam a contemplar a terrífica exploração masculina para ocupar tempo. Queriam uma nova revolução para alcançar algo novo e importante.

Elas não trabalham de borla. Quando os soldados portugueses partiram para a Flandres na primeira Guerra Mundial, as mulheres portuguesas organizaram peditórios públicos. Não era generosidade. Não eram tempos livres. Era o imenso pragmatismo feminino a acontecer. Pensem num dos casais mais célebres de todos os tempos, Xantipa e Sócrates. Quem era Xantipa? Discutia Parménides com o marido? Nada disso importa. Porque Xantipa sabia mais do que Sócrates, é o que vos digo. E talvez olhasse para o pobre com algum compassivo desprezo.

As mulheres não querem saber o que são as coisas. Não são filósofas. Querem perceber antes como funcionam e o que se pode fazer com elas. Querem saber como fazer. O "como" é o que lhes interessa. São homens de acção à espera de uma batalha.

Pedro Lomba
Jurista
no i de 06 de Junho de 2009

quinta-feira, 18 de março de 2010

É caso para perguntar: não votaram?


O PSD fez um congresso para se unir, mas acabou por sair dele ainda mais partido. Desta feita, o problema é a "lei da rolha". E Santana Lopes até prova ter razão quando diz que a norma é necessária. Basta ver que por causa da própria regra estatutária o partido já está todo dividido. Mas não era preciso pensar na discussão da regra. A história recente do PSD é o melhor exemplo de como repartir um bolo pelas crianças de forma equitativa aos seus desejos.

Três dias depois da votação, o PSD já só pensa em revogar uma norma que prometia ser a solução para o problema da divisibilidade. Espera-se maior firmeza nas propostas para o país que o PSD pode vir a apresentar enquanto oposição. Isto se quer de facto ser, como todos os candidatos desejam e prometem, uma verdadeira oposição. Ou melhor: uma verdadeira solução; uma verdadeira opção.

O pior é que o debate até já excedeu as paredes da São Caetano. E os vizinhos, principalmente os do Rato, aproveitaram logo para apontar os vícios anti-democráticos dos seus concorrentes, e lançaram-se logo numa cruzada pela democracia, com debates parlamentares e ameaças de Tribunal Constitucional.

A minha opinião pessoal não muda ventos nem marés. E por muitas suspeitas que me levante o artigo estatutário, não me debruçarei sobre o tema porque tenho mais que fazer. Mas, e chamem-me persecutório, tendo sempre a desconfiar dos concelhos do adversário. E acho que o PSD deveria fazer o mesmo. Ou esperam verdadeiramente que o Partido Socialista cuide dos problemas dos Sociais-Democratas, e defenda os seus interesses?

Mas eu também entendo Santana, e estou solidário com ele. Estou-o duplamente: primeiro porque o partido teve tempo para pensar e discutir a proposta. E mais democrático que os limites constitucionais da norma, é o respeito pela autodeterminção do partido. E aí estamos obviamente perante uma deslealdade para com os militantes que votaram favoravelmente. No entanto, e observando o tratamento dado à democracia nacional, compreendo que estranho será que alguém se preocupasse com a democracia interna dos partidos.
Em segundo lugar, porque como Santana Lopes referia amargurado, eu também acho que há todo um problema de distracção no PSD. A começar pelos actuais candidatos à presidência, que agora se procuram elevar como arautos mais democráticos que a democracia, ignorando por completo o valor das decisões internas globais.
É caso para perguntar: não votaram?
No fundo, há duas consequências claras: o partido parece estar apto a utilizar o regime referedário tal como o usa o sistema político português, (ou seja, votar e repetir a votação até se obter o resultado pretendido;) e mostra bem como todos os líderes têm a mesma pretensão: sendo líderes, fazer tão só e apenas o que lhes apetece. O que remete o problema para a questão histórica do PSD: a sua eterna dependência dos seus próprios secretários-gerais.
Oxalá a sua queda não comece aí; e não acabe, quem quer que chegue a líder, por ser vitima do seu próprio veneno.

Um partido que lava a sua roupa na praça pública, e deixa que os seus opositores debitem sobre os seus assuntos internos, não pode esperar ter o respeito dos eleitores. E o PS só está a fazer o que se esperava: cravar mais uma estaca no lombo já torturado dos sociais-democratas.
O problema é que o PSD pretendia renascer (ou recrescer) e arrumar a casa no congresso. Mas em vez de começar por aplicar as trancas na janela que o defendesse das investidas inimigas, pondo fim a um longo martírio, o PSD preferiu abrir novamente as janelas da sua casa sob o lema da renovação, talvez para afastar o cheiro a mofo, e através disso, abriu mais uma vez o flanco para a ofensiva socialista.

No meio disto tudo começo a pensar na verdadeira preocupação do Partido Socialista. De facto é melhor não deixar que o PSD se una, ou então lá se vai a estabilidade governativa que perdura, primeiramente, porque ainda têm um projecto que se conhece, independentemente de ser bom ou mau. Mas o pior não é isso: é que se o PSD marchar todo à mesma velocidade e à voz do mesmo timoneiro, lá irão por água abaixo todos os votos que os membros do PSD (e, principalmente, a sua influência) deram aos rosas descarada e discriminadamente por pretensa oposição e divergência para com a liderança.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Cenas de uma novela Portuguesa

Entra em cena um nédio personagem trajado pirosamente. O cenário é o seu apartamento familiar. O sujeito passa a porta, e imediatamente vê cair sobre si a sua mulher que furiosamente o arrasta para o seu quarto, sendo de seguida lançado para o leito matrimonial. Ao perceber-se em tal situação, o gordo da camisa de riscas rosas reclama furiosamente, ao que a mulher reage com aquela voz geralmente atribuída aos moradores da linha de cascais.
- Oh Guilherme, mas porque é que tu és sempre tão bruto?
- Oh querida, porque estou cansado... - responde a besta já amansada, enquanto fita a esposada com ar folião.
Ela investe de novo para ele e põe-lhe uma felpuda venda roxa nos olhos enquanto lhe diz com o mesmo sotaque, "então descansa". Entretanto o lerdo marido vai soltando gargalhadas malandras.
A mulher sai do quarto, e regressa, desta feita vestida de gueixa, prometendo-lhe uma massagem... e jantar com pauzinhos.

E eu finalmente consegui que o comando mudasse de canal.
É a Televisão à portuguesa!

domingo, 14 de março de 2010

Graças a Deus!


O PSD ao aprovar a famigerada lei da rolha, reconhece o seu estado actual e a sua derrota nas legislativas. É que o problema do PSD não era só Manuela Ferreira Leite e o seu ar de dama de ferro. Era muito pior que isso: era o facto de o partido se resumir apenas a um molho de retalhos. Sim, um mero conjunto de retalhos, porque para manta ainda falta uni-los.

A medida é legitima, mas pergunto-me se terá sucesso. É que o partido precisa de se ir construindo. E como defendia Popper, para isso é necessário haver espaço para conjecturas e refutações. Veremos se o prego não vira o bico, e em vez de um partido unido e liberal, se torna um partido uno mas totalitário, nas mãos de um novo líder.

Mas não se assustem já os mais temerários. Também há coisas boas nesta medida. E a primeira é que talvez seja agora possível calar o quase arrivista Fernando Costa, que entre enfardar trouxas de ovos das caldas ou atirar ovos a todo e qualquer filiado no partido, ainda hesita como Arjuna. Há já quem exclame: "Graças a Deus!".

Jorge Palma para a Presidência já!

A propósito do PEC, a reflexão mais lúcida que ouvi até hoje parece-me ser a do Jorge Palma:

«(...) ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja»

Franco Nogueira 1918-1993


17 de Setembro de 1918-14 de Março de 1993

sábado, 13 de março de 2010

PAEP: Diário de Bordo


A mulher não será o elemento civilizador do homem?

Uma amiga inglesa manifestava-me ontem a sua indignação e discordância para com a minha efusiva defesa de uma tese literária: viveriam os homens sem as mulheres? Teríamos saído das cavernas sem a sua ajuda e influência feminina?
Para mim a resposta é óbvia: não, claro que não. E a título de exemplo, ela que começasse por ouvir o Johnny Cash.

"Because you' re mine, I walk the line"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mais que o Princípio de Casablanca, o que mais interessa hoje é que...


"Woman needs man
And man must have his mate
That no one can deny."

quarta-feira, 10 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para o Dia Internacional da Mulher


Para um Novo Feminismo de Janne Haaland Matláry, 2002

Partindo da experiência nórdica, precursora daquilo a que podemos chamar o "feminismo clássico", a Autora expõe as suas reflexões acerca das características próprias da mulher, propondo um modelo de feminismo em que as mulheres já não precisam de imitar os homens para obterem sucesso na vida profissional e terem uma intervenção decisiva na vida pública e na política. Trata-se, sem dúvida, de um feminismo "revolucionário", na medida em que rompe com todos os padrões impostos pelo movimento feminista dos anos 70, ao defender que a mulher só se pode sentir bem na sua pele se não for obrigada a renunciar à sua feminilidade e, sobretudo, à maternidade plena e empenhada.

Fair!


Christoph Waltz recebe o Óscar de Melhor Actor Secundário

sábado, 6 de março de 2010

PAEP: Diário de Bordo



quarta-feira, 3 de março de 2010

Reflexões do Passado sobre a Actualidade


“Without a family, man, alone in the world, trembles with the cold.”
"A happy marriage is a long conversation which always seems too short."
"A marriage without conflicts is almost as inconceivable as a nation without crises."
"A successful marriage is an edifice that must be rebuilt every day."

terça-feira, 2 de março de 2010

Um exemplo a seguir


Portugal, talvez por culpa de certas afinidades entre primeiro-ministros, teima em imitar os espanhóis. O problema é que geralmente as política do país vizinho visam destruir a sociedade e o país. Escusado será dizer que o mesmo acontece em Portugal. Mas, e já que estamos numa onda de importações (que miséria, até já importamos políticas), podia ser que a Federação Portuguesa de Futebol e a Comissão de Arbitragem seguissem o mesmo exemplo, e começassem a ser sérios e justos na avaliação dos árbitros nacionais. E se assim fosse o caso, podiam começar a seguir o exemplo espanhol.
O problema que se coloca a seguir é saber quantos árbitros sobrariam para a jornada seguinte. Se calhar, talvez nem sobrasse um...

In Memoriam de Henrique Barrilaro Ruas


Figueira da Foz, 2 de Março de 1921 - Parede, 14 de Julho de 2003

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chopin's Day


Żelazowa Wola, 1 de Março de 1810 — Paris, 17 de Outubro de 1849