quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A propósito do Estado do País

Recordo o livro (e mais tarde o filme) The Tailor of Panama (O Alfaiate do Panamá) de John Le Carré.

«The whole country is going down the plug hole. Nobody cares. Someone's got to stand up and be counted. Someone has to say, "Here I am. This is what I stand for." Impeccable standards and old-fashioned integrity.
And if you don't like it, you can go down the road. Let me tell you something. When you've gone down that road, you can't come back. When you've gone down that road, it's over. It's curtains. And I'm not just talking about Panama. I'm talking about the whole human race.»


No fundo, o que falta ao país são Homens;
Ou como diria o outro: "o que falta são Salazares".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Se eu fosse pai, já tinha enviado um mail para o Sol dizendo "Obrigado João Araújo"




Educação Sexual: 6 mitos e 6 factos
João Araújo, Professor Universitário
In SOL, 08. 10. 2010

Mito 1: Portugal tem a 2ª maior taxa de gravidez adolescente da Europa.
Facto 1: Portugal não tem a 2.ª maior taxa de gravidez adolescente. Piores, por exemplo, estão a França, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a República Checa, a Islândia, a Eslováquia, o Reino Unido (mais do dobro de Portugal), e a Hungria (o triplo). Já agora, nos EUA, o maior consumidor e exportador de educação sexual, a taxa é 4 vezes maior que a portuguesa.

Mito 2: Os conteúdos de educação sexual são totalmente científicos.
Facto 2: A biologia da reprodução, infecções sexuais (IST) e contraceptivos são matérias leccionadas há décadas. Que transmite então a educação sexual? Uma espécie de revolução sexual tipo Maio de 68, mas para crianças. Num livro divulgado em todas as escolas, propõe-se que alunos de 12 anos debatam em aula as seguintes questões: «Já fingiste um orgasmo?», «Descreve-me a tua primeira experiência sexual», «Tens fantasias sexuais?», «O que te excita sexualmente?». Mais de mil escolas compraram material que propõe: masturbação solitária, em grupo, mútua. No Minho, um professor foi punido por recusar usar um livro que, entre outras coisas, propunha às crianças desenhar o corpo e as partes onde gostam de ser tocadas. No mesmo livro diz-se que as crianças precisam de conhecer «o vocabulário médico (pénis, vagina, relações sexuais), calão (f..., con..., car...)».

Mito 3: A Educação Sexual está cientificamente fundamentada nas ciências da educação e psicologia. Ora, os pais não são técnicos.
Facto 3: Os materiais de educação sexual usam abundantemente os ‘jogos de clarificação de valores’ de Rogers/Coulson e os ‘dilemas morais’ de Kohlberg, cientistas famosos. E, de facto, os pais comuns desconhecem essas teorias. Mas note-se que Rogers/Coulson afirmaram ser muito perigoso expor crianças às suas teorias. E Kohlberg concluiu das suas experiências na Cluster School que «As minhas ideias estavam erradas. O educador deve transferir valores e comportamentos, e não apenas ser um facilitador ao jeito de Sócrates ou Carl Rogers». Que aconteceu, entretanto, na Cluster School? «Esta escola serviu para gerar ladrões, mentirosos e drogados, apesar de a escola ter apenas 30 alunos e contar com 6 professores e dúzias de consultores».

Mito 4: A eficácia da educação sexual, na prevenção da gravidez e do contágio de doenças, certamente foi avaliada cientificamente.
Facto 4: Não é verdade: na educação sexual escasseia o trabalho científico. Mais de 30 anos após o lançamento da educação sexual nas escolas dos EUA, Kirby tentou uma meta-análise sobre a eficácia dos programas e encontrou apenas 23 estudos com um mínimo de qualidade. Neste momento só é certo que: 1. Nenhum modelo é consensual; 2. Continua por provar que exista um modelo de ‘sexo seguro’ que diminua a gravidez adolescente e o contágio de ISTs.

Mito 5: A Educação Sexual deve ser obrigatória, tal como a Matemática é obrigatória.
Facto 5: A Matemática é obrigatória porque é exigida pela realidade. Um engenheiro precisa do cálculo diferencial, e por isso precisa de saber derivar. Quem opta por não ter Matemática a partir do 9º ano está a optar por não ser engenheiro. Mas quem prescinde do ‘Maio de 68 para crianças’ renuncia a quê? Às convicções sexuais do professor de Educação Sexual.
A maioria dos pais ignora as convicções pessoais do professor de Matemática. Mas será que um ateu aceitaria, para professor de Educação Sexual do filho, um padre? E quantos casais aceitariam um activista gay? No modelo actual tudo isto pode (vai) acontecer, sem que os pais possam impedir.

Mito 6: Os jovens têm actividade sexual e é preciso ajudá-los a praticar sexo seguro sem o risco da gravidez ou ISTs.
Facto 6: Qual é a segurança do ‘sexo seguro’? A OMS declarou, em 2005 e 2007, que os contraceptivos hormonais combinados são cancerígenos nos seres humanos (grupo 1, o máximo). Onde estão os materiais sobre ‘sexo seguro’ que referem isso? Quem informa as adolescentes de que o risco de desenvolver cancro é máximo em quem toma a pílula durante 4 anos antes da primeira gravidez de termo? E quem alerta quanto à ineficácia do preservativo para evitar o contágio de praticamente todas as IST? E quem diz às crianças que a intimidade sexual é muito mais que prazer, químicos e borrachas?


Mas os pais que não querem filhos expostos a estes riscos nada podem fazer. A partir desta altura haverá nas escolas gabinetes a proporcionar contraceptivos aos alunos sem conhecimento dos pais.

(Chamem-me conservador, mas acho que o Mito2/Facto2 são uma pérola da Modernidade!)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nem tudo o que é, tem necessáriamente de o ser

Escreve o enorme João Marchante,

«NEM TUDO O QUE PARECE É

Com esta luz e com estas cores, Portugal parece o Paraíso. Perdido.».
 
Tem razão. Mas nos meus diálogos interiores feitos ao som dos ruídos televisivos, dou comigo constatando: "Nem tudo o que é, tem necessáriamente de o ser"; que é como quem diz, "perdido? Perdido, sim. Mas pode deixar de o estar. Só precisamos é de lhe dar um rumo".
Só temos que arranjar um verdadeiro timoneiro. Seremos capazes?

domingo, 3 de outubro de 2010

Quem disse esta frase?

«Temos de ser mais eficazes se queremos ganhar campeonatos»
Resposta A: Arsène Wenger
Resposta B: Paulo Sérgio