domingo, 28 de junho de 2009

Saindo do Teatro São Carlos....

...lembrei-me da frase de Félix Salten, na sua História de uma vienense contada por ela própria.


"Uma mulher é como uma flauta: para cada orifício a sua nota. Porém, os homens tocam sempre a mesma ária."



Obrigado, Manuel

Pelas simpáticas palavras que me dirigiu, logo a mim, um visitante fiel do Sexo dos Anjos.
Recordo-me que conheci o blogue pela Futuro Presente.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tolerância

«Aceitar mais uma mesquita? Nada contra. Desde que a mesquita aceite tudo o resto.» JPC





O problema da Burka em França é, no fundo, o velho problema da tolerância.
Pode o Estado permitir que os seus cidadãos vistam o que querem, mesmo que isso seja um atentado à sua "dignidade como mulher" tal como nós a vemos?

"Ora, ora..." exclamarão os liberais, "isso não tem razão de ser".
Enganam-se. A pergunta tem razão de ser, se pensarmos nos casos em que a mulher Europeia que visita o estrangeiro tem que se vestir do mesmo modo. É que aí temos que ter atenção ao que chamamos tolerância, porque andamos a deixar construir mesquitas nas nossas terras, apesar de não nos deixarem construir Igrejas nas deles.
A tolerância exige reciprocidade. Como escrevia o JPC, «a tolerância termina perante a intolerância dos outros», e assim sendo, não deveriamos ceder sob o lema da tolerância.

Mas na situação em que nos encontramos hoje, o Estado até pode ser contra as vestes femininas tradicionais, mas a verdade é que se as mulheres se quiserem vestir assim, e é impossivel decifrar quando esse é um acto voluntário ou coagido, no espaço liberal que a Europa é hoje, então ele não pode fazer nada.

«Na nossa cultura há coisas que vocês, ocidentais, jamais vão compreender» Ainudin, Guia Afegão de Luis Castro

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre a Eutanásia e o Aborto

«Aquele que não pune o mal, está ordenando que seja praticado.»

Leonardo Da Vinci

O Meu já cá canta...



... autografado e tudo!

terça-feira, 23 de junho de 2009

This is England!



Ah... Saudades da Monarquia!

Alvorada Desfeita na SHIP

Jaime Nogueira Pinto brinda-nos hoje, no Jornal I, com um aperitivo para o debate de quinta-feira, 25 de Junho, pelas 18 horas, promovido pelo Núcleo de História Contemporânea do Instituto D. Antão de Almada, sobre o livro Alvorada Desfeita, de Diogo de Andrade, recentemente publicado pela Editora Guimarães. Os convidados são o Comandante Alpoim Calvão, o Doutor Jaime Nogueira Pinto e o Dr. José A. Lobo do Amaral.

Eu assumo!

Artigo do P. Gonçalo Portocarrero de Almada, n' A Voz da Verdade

O drama da diferença e da repressão de uma singularidade genética


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1. Peço que me desculpem os leitores mais conservadores, a quem esta minha confissão pública possa chocar.

Peço que se acolha esta minha declaração com tolerância, que é a virtude cívica que se define como indiferença ante o bem e o mal, e que, por isso, proíbe terminantemente qualquer imposição ou condenação em termos morais.

Peço para mim e para todos os que sentem na pele o estigma de uma excepção que nos foi imposta pela natureza, à revelia da nossa vontade, uma plena integração social, pondo assim termo à injusta discriminação a que fomos expostos e que continuamos a padecer.

Peço e exijo que, em nome da igualdade, se nos aceite como somos: iguais na diferença e diferentes na igualdade.

2. Desde que tive consciência desta minha particularidade de género, experimentei a segregação a que todos os que partilhamos esta condição somos, por regra, expostos. Com efeito, qualquer tímida manifestação desta nossa anormalidade – que o é, convenhamos, em termos estatísticos – é logo censurada por severos olhares que, não obstante a sua mudez, nos gritam o drama da nossa reprimida singularidade genética.

Mas hoje, finalmente, graças à abertura e compreensão dos nossos governantes, que parecem não ter outra preocupação que não seja a de pôr termo a estas injustiças atávicas, tomei a decisão de me assumir publicamente: sim, sou canhoto! Afirmo-o pela primeira vez sem complexos, diria que com orgulho até, disposto mesmo a desfilar numa triunfal canhotos’ pride parade!

3. Cônscio de que a democracia está incompleta enquanto não nos forem dados os mesmos direitos que já usufruem os dextros, não posso deixar de fazer algumas reivindicações. A saber:
Exijo que o Estado financie as operações de mudanças de braços e mãos, pernas e pés, de todos os canhotos que queiram mudar de género!

Exijo que todas as cadeiras dos anfiteatros tenham igualmente amplos os apoios dos dois braços, e não apenas o direito, como pretende a maioria fascizante dos dextros!

Exijo que nós, os canhotos, tenhamos direito a carros com o travão de mão à esquerda e os pedais invertidos (com perdão!), pondo assim termo à imposição, por parte da indústria automóvel, de um único modelo comportamental!

Exijo que as autarquias reconheçam o nosso inalienável direito a circular pela esquerda, criando um itinerário alternativo canhoto (IAC)!

Exijo que seja despenalizada, para os canhotos, a condução em contra-mão e que sejam imediatamente amnistiados todos os esquerdinos que, por este motivo, já foram hipocritamente condenados por tribunais dominados pelos dextros!

Exijo que o trecho bíblico que coloca à esquerda de Deus os condenados e à sua direita os bem-aventurados, seja alterado, de modo que se não possa associar aos esquerdinos nenhuma humilhante inferioridade de género.

Exijo que a expressão «cruzes, canhoto!» e outras análogas sejam criminalizadas, pelo seu evidente cunho canhotofóbico.

E, claro, exijo também o direito à adopção de crianças dextras por casais esquerdinos!

4. Graças ao carácter fracturante desta minha proposta, que suponho também assumida por todos os outros cidadãos da mesma condição, quero crer que será acolhida favoravelmente por todos os partidos políticos que têm pugnado pela igualdade de género. Afinal de contas nós, os canhotos, também somos de esquerda, não é?

A Cruz e a Espada, por Couto Viana

(Ao Nonas)



— Repara, Beatriz: os Castelhanos avançam! E o nosso Condestável ali posto a rezar!
— Assim faz sempre antes das batalhas. Roga ao Céu que lhe dê a vitória. E Deus tem-no escutado.
— Já por três vezes o seu pajem veio chamá-lo. Se não o atende, estamos perdidos! Ouvem-se, cada vez mais perto, as trombetas inimigas, o tropear dos cavalos, o alarido da soldadesca...
— Não, Pedro: D. Nuno Álvares Pereira não nos abandonará. Graças a ele, temos um rei nosso e é nossa a terra que pisamos.
— É um herói!
— E um santo!


D. Fernando deixou, como herdeira da coroa portuguesa, sua filha D. Beatriz, casada com D. João II de Castela.
Iríamos, pois, ter um rei estrangeiro se D. João, Mestre de Avis e filho bastardo do rei D. Pedro, não se proclamasse, apoiado pelo povo lisboeta, Defensor do Reino.
E bem o defende, já como rei (o doutor João das Regras provou que era ele o nosso legítimo soberano), e com o auxílio heróico do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, derrotando os castelhanos invasores em várias batalhas, sendo a mais importante a de Aljubarrota, travada no dia 14 de Agosto de 1385.
D. Nuno é das maiores figuras da nossa História: além de guerreiro invencível, a sua profunda fé católica fez dele um santo que a Igreja beatifi-cou. O seu rei e amigo cumulou-o de honrarias, mas ele a tudo renunciou, recolhendo-se ao Convento do Carmo, que mandara construir, e onde morreu humildemente.
D. João l casa com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre, e quatro dos seus filhos distinguem-se pela inteligência e nobreza de carácter: D. Duarte, que sucedeu ao pai e foi escritor e filósofo; D. Pedro, sábio e grande viajante; D. Henrique, iniciador das descobertas marítimas, e D. Fernando, o Infante Santo, sacrificado em África para que Portugal ali se mantivesse.

António Manuel Couto Viana, A minha primeira História de Portugal, Verbo, 1984, Págs. 12 e 13
Ilustração de Fernando Bento

D. NUNO ALVARES PEREIRA por Pinheiro Chagas

(Ao Nonas)



É o mais brioso paladino da nossa historia, e um dos mais notáveis guerreiros de Portugal. Foi, bem o podemos dizer, o Achilies portuguez, porque foi como Achilles invencível. Nasceu a 24 de Junho de 1360 no Bomjardim, junto da villa da Certa segundo as melhores opiniões; era filho do prior do Grato D. Álvaro Pereira, que na batalha do Salatlo muito se distinguira. Enthusiasta, desde creança, pêlos romances de cavallaria, folgando de imitar os heroes d'esses livros, sempre valentes como as armas e leaes como as suas espadas, distinguiu-se já nas guerras de D. Fernando contra Castella; mas a sua brilhante carreira começa verdadeiramente, quando, em 1383, tomando o partido do Mestre d’Aviz, o eleito do povo, a quem consagra desde então affecto inabalável, se mostra o mais firme esteio do seu throno, e da independência da pátria. É o terror dos castelhanos; o seu valor, e ao mesmo tempo o seu instincto militar, sempre lhe asseguram a victoria; derrota-os em Atoleiros no Alemtejo em 1384; voa a Coimbra a sustentar nas cortes a causa do Mestre d'Aviz; aconselha-o, quasi que o obriga, a dar a batalha d'Aljubarrota; contribúe mais do que ninguém para essa gloriosa victoria; entra depois em Castella com cinco ou seis mil homens; destroça em Valverde junto do Guadiana trinta e trez mil castelhanos; em todas as invasões, em todos os recontros, é sempre o primeiro na vanguarda. Quando a guerra da independência termina, e a expedição de Ceuta se resolve, lá vae ainda entre os expedicionários o velho condestavel! O seu rei e seu amigo fel-o conde de Barcellos, conde d’ Ourem, conde d'Ar-rayolos, condestavel do reino, mordomo-mór do paço; assim recompensado e poderoso, larga tudo para ir viver vida modesta e obscura, no silencio do claustro, recolhendo-se ao convento do Carmo, que fundara em Lisboa, e onde morreu a l de Novembro de 1431.
Sua filha D. Isabel casou com D. Affonso, filho bastardo de D. João i; e d'esse matrimonio proveio a casa de Bragança, que hoje occupa o soiio de Portugal.
Valente, ninguém o foi mais; de lealdade, era um modelo; austero nos costumes, religioso, a todos dava o exemplo da piedade e da moralidade. Desabrido ás vezes com o seu rei, que lhe tolerava tudo, cheio de preconceitos da velha nobresa, resistindo por conseguinte ás tentativas de D. João I para aplanar, emvolta do solio, esse terreno desegual, formado pelas classes privilegiadas, esquecia todos os dissentimentos, quando o seu companheiro d'armas, o seu amigo lhe estendia os braços. Aquelle espirito enthusiaste e eternamente juvenil, aquelle coração d'oiro, conservavam, sempre vívida, como em sacrário íntimo, a chamma da amisade fraternal, que unira desde tenros annos os dois heroes d'Aljubarrota.
Era verdadeiramente uma figura épica a do Condestavel, mas tinha no carater a bondosa mansidão dos fortes. Se a sua physionomia, na agitação das batalhas, lembra as figuras da Ilíada, na meia luz da intimidade, traz-nos á memoria aquelles vultos que Homero, na Odysséa, tão docemente agrupa emtorno dos velhos lares da Grécia.

M. Pinheiro Chagas, Portuguezes Illustres, Lisboa, 1873, págs. 18-20

segunda-feira, 22 de junho de 2009

St. Thomas More



Hoje é dia de St. Thomas More, o homem que é hoje Santo, por não ter tido o medo de dar a vida por aquilo em que acreditava.

Num mundo de relativismo como o nosso, nada melhor que lembrar a sua obra maior, Utopia, na qual se pode ainda colher o exemplo e o caminho a seguir para solucionar problemas tão actuais como o eram na Inglaterra do seu autor: a criminalidade e a sua repressão, a família e o matrimónio, a tolerância e os conflitos religiosos.



Ah... que falta nos fazem os Santos!

Quem é?

Ora ora...



Não sou nenhum génio da escrita, nem nenhum artista. Não se espere por isso destas páginas o que delas nunca se poderá retirar. É apenas um espaço meu; só meu.
Não tenho muito para contar. Nunca tive. Mas abre-se uma nova fase da minha vida, e por isso decidi mudar de casa. Mais colorida. Mais positiva.
Os Vencidos ficaram lá atrás. Mais de 400 posts. Na maioria disparates ou desinteresses.
Mas abre-se uma nova casa, uma nova porta. Inicia-se mais um diário de bordo de um cidadão comum, igual a tantos outros: um aventureiro. Porque a segunda feira é o dia do aventureiro, mas só este o reconhece.