Nuno Álvares Pereira, Jaime Nogueira Pinto, Lisboa, Esfera dos Livros, 2009
Do cavaleiro medieval, patriota e crente, passando pelo Condestável e o Mestre de Cerimónias até à Santidade, Jaime Nogueira Pinto percorre as facetas de São Nuno de Santa Maria, lembrando-o como homem decidido e carismático, e como grande representante, como bem dizia o João Marchante, da obediência a Deus, Pátria e Rei.
Disse que foi pela leitura de Oliveira Martins, que lhe fora oferecida pelo seu pai, por entre paragens e releituras de partes menos claras e, na idade incompreensiveis, que conheceu Nun'Álvares e o incluí-o entre os seus "heróis aos quadradinhos". Eu, incluí-o nos meus heróis através do seu livro. Figura histórica, foi grande entre os maiores, conheci-o pela leitura d'A minha primeira História de Portugal, de Couto Viana. Revisitei-o na minha juventude pela Crónica do Condestável, adaptado por Jaime Cortezão, e ultimamente pelo Nun'Álvares, Condestável e Santo de D. António dos Reis Rodrigues. Pelo meio houve a sua lembrança através do estudo da história de Portugal que sempre me aprazou, mas que infelizmente em Portugal não é leccionada como devia. A história é mal dada e a figura do Santo Condestável ignorada.
Por obra da Providência, chegou, como à muito se esperava à Santidade, e pude dedicar-lhe horas da minha ainda juventude, com maior atenção e seriedade que a idade exige.
É ele o meu Galaaz. O cavaleiro das guerras justas, casto, sério, misericordioso e amigo. Carismático cavaleiro, líder nato, que se curvou perante o ideal que descobrira, vivendo sempre neste mundo, pensando no outro. Assim conquistou a santidade. Sabia que Deus era aquele a quem tinha que ser fiel acima de tudo.
Duas palavras o definem: serviço e dever.
É bom relembrá-lo nos dias que correm. Numa época onde faltam as referências, que seja ele o nosso Galaaz, o nosso herói, o nosso épico exemplo de humanidade e santidade.
«O retrato, sendo convencional, dá-nos um homem pouco convencional - na piedade, na fé inabalável num ideal e na coerente aplicação das normas do bom viver cristão»Pág. 157
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