segunda-feira, 27 de julho de 2009

Salazar: 1889-1970

David Fonseca - Cry 4 Love

Os cornos e a globalização



Alexander Ellis, Embaixador Britânico
16:43 Quarta-feira, 8 de Jul de 2009

Quando cheguei a Portugal em 1992, fui logo comprar um carro - descobri que uma colega minha estava a vender um Peugot 205, e dei umas voltas pelos arredores de Lisboa para experimentar. A páginas tantas, um carro apareceu muito grande no retrovisor - era alguém a praticar aquele desporto nacional estival a que chamo de "colado ao da frente a 140 km/h na autoestrada". A minha colega não gostou, e fez um gesto que não percebi, mas que teve uma reacção rápida, furiosa e, imagino, desejada. O condutor atrás de mim enloqueceu, gritou-nos, tentou forçar-nos a sair da autoestrada, e ultrapassou-nos desejando uma morte súbita para mim, para ela e para Sua Majestade etc.

Pois sim, ela tinha feito os "cornos". É um gesto que só voltei a ver na semana passada. Logo pensei que apesar de facto de vivermos num mundo globalizado, onde marcas e lojas são cada vez mais iguais seja em Londres, Lisboa ou Lima, ainda não há uma globalização tão clara dos gestos. Imagine-se o mesmo gesto feito na Camara de Comuns; a reacção seria não de indignação, mas de confusão. Será que o Senhor Ministro está a fazer um protesto sobre o tratamento dos touros nos países latinos? Ou talvez que esteja a imitar um Sputnik? Imagino ainda pior fazer o mesmo gesto no Parlamento Europeu; os portugueses, espanhóis, etc, ficariam ofendidos - os nórdicos perplexos - e os tradutores sem palavra.

Graças à BBC, os meus compatriotas receberam um guia sobre a história do gesto e do conceito, tocando em temas de Chaucer e Shakespeare, não resistindo, constato, a atribuir a origem de tudo à lingua francesa (um velho reflexo do meu país).

Sim, há gestos universais, normalmente utilizando um só dedo. Mas há muitos cujo sentido varia conforme o país e cultura; recordo uma campanha de marketing dum banco explicando, por exemplo, que mostrar as palmas das mãos numa cultura é mal educado, numa outra cultura é chiquíssimo. E mesmo aquele gesto universal do dedo é, de facto, mais um exemplo dum produto americano que está a engolir o mundo inteiro - o gesto típico no Reino Unido da minha juventude era dois dedos, não apenas um. Sou, em geral, pela promoção das diferentes culturas, comidas, línguas, etc - ao qual junto agora gestos (no lugar certo e da maneira certa, claro). Viva a diferença!

in Um Bife Mal Passado, Bolg do Embaixador Britânico em Portugal

domingo, 26 de julho de 2009

The Gentle

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Valores... Por onde andam?


«Os valores são o eixo da roda. A roda anda, passa por mudanças, e o eixo acompanha a roda, mas não anda.»
Adriano Moreira

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O mundo ao contrário!

Não, isto não é um anúncio a um concerto dos Xutos e pontapés.
Antes fosse.
Infelizmente isto é o que se passa na nossa Assembleia da República.
Hoje fui assistir ao debate parlamentar onde se debatiam várias petições, incluindo a que data de Maio do ano passado, sobre a nova lei do divórcio, e que pedia ao parlamento que não aprovasse essa lei.
Há que notar o seguinte:

1- Todos os partidos, com excepção do CDS/PP e do PSD, decidiram adiar o a questão com a simples afirmação de que ela já não tinha qualquer interesse, pois que o seu intento já estava frustrado, pois que a lei tinha sido aprovada em Outubro de 2008.

2- O PS e o BE fizeram questão de afirmar o seu profundo desacordo com os subscritores da petição, pois que essa era de um "conservadorismo extremo" e "contra a modernidade" típica de quem "olha para trás e não para a frente".

3- O CDS/PP propôs uma comissão de avaliação dos resultados dessa alteração ao regime do divórcio, a que o PCP se opôs porque diz que elas não existem.

4- Discussão rápida da petição sobre o divórcio. Tempo perdido a discutira petição da JCP que pede o apoio financeiro do Estado ás Banda de Garagem, e a uma outra que versava sobre os "direitos" do animais.

Dos três considerados todos me parecem graves.
Quanto ao primeiro há que notar a incompetência do Governo e da Assembleia da República, pois que a petição devia ter sido discutida quando foi proposta e antes da lei ser aprovada. Tal não aconteceu. Preferiram mantê-la na gaveta até hoje, quando passa mais de um ano desde que a petição foi entregue, e já depois de aprovada a lei.
O argumento da morosidade serviu para criar uma lei onde mais uma vez o Estado se demite de indicar o dever ser, preferindo fornecer meios para que as pessoas se joguem nos perigos da vida sem qualquer defesa. Pena é a disparidade de critério, no que toca à morosidade do parlamento na apreciação das leis. Talvez pudessem criar uma lei simples, que nos permitisse demitir o governo e dissolver a assembleia com num simples minuto.

No segundo ponto há uma ignorância e preconceito claro contra o conservadorismo. O conservador não é um saudosista. Olha para o passado sim, e procura nele referências e meios para percorrer o caminho presente. Vai ao passado buscar a orientação para o futuro. Muda e evolui, mas só o que precisa de ser mudado. Não muda por mudar. Nem muda para pior.

O terceiro é simples: ignorância pura e dura da realidade, por parte do PCP. O desconhecimento da realidade que é a nova pobreza de que Cavaco Silva falava na sua mensagem ao parlamento a quando da promulgação da lei.

No quarto ponto há que notar a contrariedade das prioridades. Gastar o tempo e o dinheiro do País a discutir o financiamento das bandas de garagem e ainda por cima misturar isso com o apoio à cultura é um erro. As bandas de garagem são grupos amadores, de onde muitas vezes podem surgir grandes bandas. E essas acabam sempre por surgir. Devido ao seu talento e esforço. Foram procurar saídas para si. Começaram por baixo. E construíram um caminho. É assim que vivem as bandas de Garagem.
Quantos aos direitos do animais, o típico caso de ignorância do conceito de justiça: tratar o igual como igual e o desigual como desigual. Um animal e uma homem não são iguais. São diferentes. E o homem como ser superior aos outros que é tem direitos, por ser um ser inteligível, que os compreende, e os usa quando quer. Não se pode querer - nem se deve - colocá-los ao mesmo plano. E muito menos por o Homem a adaptar-se aos animais, como o disse hoje uma deputada do PS. Havia uma anedota que dizia que mente superior vence a inferior. E é assim que são as coisas.

E por fim uma nota simples: o argumento da morosidade não é suficiente para criar uma lei que defende um "divórcio fácil". A morosidade não é o maior problema do divórcio. O grande problema é o do fim do casamento.
A morosidade é um problema da justiça. Da Justiça Portuguesa. E que apesar de haver quem defenda que o Governo de Sócrates é corajoso, não teve, como nenhum dos anteriores, coragem para fazer essa reforma.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Livro da Semana 4

Memórias de um Alcoólico, Antígona, Lisboa, 2001

«A maneira de para a guerra é pará-la. A maneira de deixar a bebida é deixá-la. A maneira como a China acabou com o uso generalizado do ópio foi proibindo o cultivo e importação do ópio. Os filósofos, sacerdotes e médicos da China bem podiam cansar-se de pregar contra o ópio durante milhares de anos, que o uso do ópio, enquanto fosse acessível e fácil de obter, continuaria desenfreadamente. Somos feitos assim e nada mais»(Pág.263)


O que me atrai em Jack London é a sua capacidade de ser um herói realista. Os seus livros tendem sempre a relatar a realidade e nunca o impossível. Contando-nos a história de um herói realista, permite-nos sonhar com um herói real.

Nas memórias de um alcoólico, London relata-nos na primeira pessoa a sua relação com o alcoól, ou se preferirem, com John Barleycorn, como é tratado em toda a obra.
Jack e John são velhos amigos: London inicia o seu contacto com o álcool aos 5 anos de idade, e nunca mais o largaria. E conta-nos o autor que logo aí o detestou, mas com o passar dos anos, se foi sempre vendo em situação de necessidade e próximidade com o mesmo, pois teimosamente "a vida andava sempre de mãos dadas com a bebida"(pág.80). Simultâneamente, Jack vai descrevendo como era o país que conheceu, principalmente pelo mar, e como viviam as várias classes, pelas quais foi, como o passar do tempo e com o seu êxito crescente, passando e convivendo.

Barleycorn é descrito como aquele que "inibe a moralidade"(pág.78), e ao mesmo tempo "diz sempre a verdade"(pág.13). O livro é esta critica e elogio constante a esse velho companheiro dos homens, homens esses que nasceram "não só sem o desejo do álcool, como tem verdadeira repugnância por ele"(pág.14).
O retrato é mais que real: para os mais novos, a bebedeira surge como "ínsignia suprema da virilidade"(pág.75). Recorda Jack London que "todos os caminhos iam dar ao Saloon. Os milhares de caminhos de romance e aventura confluíam para o saloon, e daí para o mundo"(pág.13). E que mais queria um jovem? Queria apenas "ser um homem entre homens"(pág.84). E esta tendência é facilitada pela sociedade que permite que os jovens se aproximem dele. Diz London que "olhando para trás, vi como a acessibilidade do álcool me fez gostar dele"(pág.14).

Barleycorn concede a irracionalidade, levando os homens a assumirem "plena e facilmente quando se está ébrio", "uma conduta condenável e impossível de seguir por alguém sóbrio"(pág.78), sendo esse "um serviço através do qual ele aumenta o seu poder sobre os homens"´(pág.103); mas Barleycorn também une, pois "qualquer individuo sombrio e mal humorado, disposto a tornar-se um inimigo, transformava-se em bom amigo"(pág.76); e também concede imaginação e coragem.

As companhias são importantes. A propósito de uma viagem em que não se abraçara a Barleycorn, escrevendo que "mais ninguém bebia a bordo. O ambiente propício à bebida não estava presente"(pág.266). O mesmo se comprova quando relembra a sua amizade de juventude com os estivadores do porto de Oakland e afirma que por ser o anfitrião, "só podia oferecer a hospitalidade nos termos em que a compreendiam"(pág.83).
Assim, o álcool surge também como uma imposição social. "Bebia por uma questão de sociabilidade e, quando estava sozinho, não bebia"(pág.206). As pessoas não bebem porque o corpo lhes pediu, mas porque socialmente assim é permitido, ou até exigido: porque a alta sociedade bebe para fazer sala, porque os estivadores bebem porque têm sede de aventura, porque os negociantes bebem para fazer negócios.

E o pior, vaticina London, é o carácter infinitamente negativo que o álcool acarreta consigo: o vício. "Era a velha questão. Quanto mais eu bebia, mais tinha de beber para me fazer efeito"(pág.235). É uma questão de habituação. Um hábito que leva à dipsomania. "É que o bebedor perito não bebe para se embebedar. Antes fá-lo para se sentir bem, para se pôr numa disposição agradável, e nada mais. As coisas que mais cuidadosamente evita são a náusea, a ressaca, a impotência e a falta de orgulho de quem bebe em excesso"(pág.229). Mas este caminho é perigoso. É passear na boca do lobo, porque leva os homens a acreditarem "que estão a dominar o jogo".

London inicia o livro prevendo o fim: a morte de John Barleycorn ás mãos das mulheres, pois "são elas que pagam - as esposas, irmãs e mães"(pág.14)- o preço da acessibilidade dos álcool, pois que elas partilham as vidas deles.
E assim acaba por tacitamente confirmar que a mulher é o elemento civilizador do homem. Elas "são quem verdadeiramente preserva a raça. Os homem são esbanjadores, os amantes da aventura e os jogadores; e no fim, é pelas mulheres que são salvos"(pág.264). Como ele.

«Os devotos de John Barleycorn são assim. Quando lhes bate à porta a boa sorte, bebem. Quando não têm sorte, bebem, mas na esperança de boa sorte. Se a sorte é madrasta, bebem para esquecer. Se encontra um amigo, bebem. Se discutem com um amigo e perdem essa amizade, bebem. Se os seus assuntos amorosos são coroados de sucesso, ficam tão felizes que é obrigatório beberem. Se forem abandonados, bebem pela razão contrária. E se não têm nada para fazer, pois bem, tomam uma bebida, seguros de que, quando tiverem tomado um número suficiente de bebidas, as lavas começarão a rastejar nos seus cérebros e não terão mãos a medir com coisas para fazer. Quando estão sóbrios, querem beber, e, quando bebem, querem beber mais.»(Pág.87)

sábado, 18 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Franco Nogueira - Subsídios para uma Biografia

I. Antelóquio


Diz o povo que dos fracos não reza a história.
E do fortes?
De homens de grandes princípios e vidas de serviço está a história cheia. Mas paradoxalmente, eram os seus princípios tão grandes como é o seu esquecimento. E a história de Portugal não foge à regra.
No entanto, nas páginas da nossa história contemporânea há uma figura esquecida que se destaca: Alberto Franco Nogueira.

Quem foi Franco Nogueira?
Nas livrarias é raro encontrar um livro sobre ele[1]. Nem de fotografias, nem de discursos, nem de memórias, nem de criticas. Parecerá até que estamos perante um desconhecido, um homem sem história, ou sem relevância na nossa história.
Até os críticos o esqueceram. Ou então apagaram-no. Deram razão a Ernst Renan, e comprovaram que a história das nações era feita de esquecimento. Talvez tenha sido melhor assim.

Mas como lembrá-lo? Qual foi a sua grandeza? Num texto que não esquecerei, um dos maiores Professores de Direito Português, de seu nome Gonçalo de Sampaio e Mello[2], versara o seguinte:

“Mas, é lícito sabê-lo: e Salazar? Quem são, quais são os partidários de Salazar?
Tendo orientado os destinos da nação por quatro décadas, entre 1928 e 1968, reunido à sua volta figuras eminentes da política, da economia, da ciência, da sociedade, da cultura, conseguindo obter, enquanto vivo, o apoio de grande parte do País, lutando galhardamente até ao fim por uma obra colectiva que o transcendia, recusando para Portugal, o papel de mordomo de interesses estrangeiros – Salazar deixou atrás de si uma herança que pode ser contestada mas não ignorada. Uma herança política, doutrinária e moral.
Mas se existe herança – onde estarão os herdeiros?
Difícil é dizê-lo.
O tempo próximo diluiu a memória das coisas, um véu cobriu a vida pública e entre os amigos, os companheiros, os correligionários, os seguidores, os aduladores, os muitos que andaram pelos labirintos do Estado Novo, ninguém aparece, com efeito a reclamá-la.
(…)
De súbito, havia-se feito para surpresa geral, uma descoberta: ninguém tinha afinidade política ou espiritual com Salazar, ninguém tinha «mentalidade de herdeiro», e portanto a herança estava jacente.
(…)
Mas, perguntar-se-á: não houve excepções à regra? Não houve quem tivesse ficado no seu posto?
Com obra notória, de vulto, houve uma, com efeito: a de Franco Nogueira – homem que não era, aliás, nem nunca fora, do regime, tendo apenas servido o País, patrioticamente, numa conjuntura internacional extremamente desfavorável.”
[3]

A imagem de Franco Nogueira que ficou para a história não foi esta. Não foi melhor nem pior – não foi nenhuma.
Mas tendo consciência da nobreza de espírito desta figura nacional, que até nos momentos mais difíceis e de perversão da sociedade não negou a sua crença e actuação e se manteve firme, que seguindo um principio de justiça comutativa, se justifica uma obra que o recorde, e, mais, que o homenageie.

Foi devido a esse seu carácter de «excepção à regra» que acabou por escrever, em jeito de desabafo, ignorar «as vicissitudes que me aguardam, vítima como já fui de muitas, por motivos certamente poderosos e lícitos mas de que não fui informado jamais por aqueles que mas infligiram»[4]. Mas há que salutar o homem, que mesmo na adversidade, não renunciou ao seu passado e, teimosamente, acabou por conseguir publicar os seus seis volumes sobre Salazar, apesar dos obstáculos, que intencionalmente ou não, lhe surgiram.
Porquê?
Só motivos humanos o justificam. E nele se destacam o patriotismo e a lealdade.
Da sua vida poderíamos dizer, como tão bem expressava Guilherme Braga da Cruz sobre si mesmo, que «não há dinheiro, não há regalias, não há benefícios, não há honrarias, que valham a liberdade e a independência de um homem – que valham a liberdade de dizer “sim” e a liberdade de dizer “não”, de cabeça levantada, perante os grandes da Terra, sem outros ditames que não sejam os do foro íntimo da consciência e os da fria e objectiva serenidade da razão»[5].

Não é grande o autor desta páginas, e o fim que se propõem podia e devia ser levado a cabo por outros de maior valor. Tal não aconteceu até hoje. E é por isso, embora esperando que algum dia alguém de valor reconhecido faça justiça ao embaixador português, que deve ser tomado este trabalho, como uma obra realizada subsidiariamente por um autor cujo mérito e renome não é nenhum, mas que se vê na obrigação de o fazer porque ninguém mais, até hoje, se atreveu a fazê-lo, pensando cumprir aquilo que o próprio Franco Nogueira professava:

«Agir com fé em função dos princípios que possui, das convicções que sente, do valores em que acredita – eis o dever de todo o homem»[6]
_____________________________________________________________

Notas


[1] Não se deve esquecer de mencionar aqui, por um imperativo de justiça, alguns dos que, ainda em data não muito longínqua, lembraram esta figura, nomeadamente MELO RIBEIRO, Teresa, VIERIA DA CRUZ, Manuel, SAMPAIO E MELLO, Gonçalo, Embaixador Franco Nogueira – Textos Evocativos, Civilização Editora, Porto, 1999; Embaixador Alberto Franco Nogueira: Evocação, Homenagem, Lisboa, Sociedade Histórica da Independência, 1994; BRANDÃO, Fernando Castro, Franco Nogueira: Elementos Biográficos, in FRANCO NOGUEIRA, Alberto, Relatórios Anuais 1942 a 1955, Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 2004, Págs.7 a 52; SARAIVA, Mário, Franco Nogueira, a meu ver, in Apontamentos. História, Literatura Política, Lisboa, Universitária Editora, 1996, Págs.147 a 153; e ainda LUCENA, Manuel, Franco Nogueira: os meandros de uma fidelidade, in Análise Social, Vol. XXXVI, nº 160, 2001, Págs.863 a 891.

[2] Gonçalo de Sampaio e Mello é um ilustre jurista, Mestre em Direito (Ciências Histórico–Jurídicas) pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Actualmente é professor assistente da mesma faculdade. Das obras conhecidas, destaca-se a biografia de outro brilhante jurista, intitulada Guilherme Braga da Cruz – Historiador do Direito, que foi a sua tese de mestrado.

[3] SAMPAIO E MELLO, Gonçalo de, O Abandono de Salazar, in Suplemento “Dossier Semanário”, parte integrante do Jornal Semanário de 22/04/1989, pág. 8.

[4] FRANCO NOGUEIRA, Alberto, Salazar, vol. I, Atlântida Editora, Coimbra, 1977, pág. XII.

[5] A citação é retirada de SAMPAIO E MELLO, Gonçalo, Guilherme Braga da Cruz – Subsídios para a sua Biografia, in Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, vol. XLVIII, nº 1 e 2, Coimbra Editora, 2007, Págs.121-122.

[6] FRANCO NOGUEIRA, Alberto, Juízo Final, Civilização Editora, Porto, Ano 1992, pág.12

Boing! Vamos ver os democráticos...

Jardim quer revisão Constitucional


Para já, e porque foram as únicas que eu ouvi, são de salutar as declarações de Lobo Xavier e Pacheco Pereira, que apesar de diferentes, pela sua coerência devem ser respeitadas.
Já o António Costa deixou-se ir pela ofensa a quem lutou pela liberdade!

O problema é simples: colocar unicamente os comunistas sob o pedestal de quem lutou pela liberdade é relegar para segundo plano, uma grande quantidade de portugueses, que independentemente da sua cor política, se empenharam, à sua maneira ou por aquela que achavam melhor, por fazer crescer Portugal, tentando levantar hoje o seu explendor, por motivos unicamente patrióticos.
Há afinal portugueses de primeira e de segunda?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Henrique Barrilaro Ruas


Associamo-nos à Voz Portalegrense, e lembramos nesta jovem casa, um Homem, que pelo seu trabalho e capacidade e nobreza de espírito, é hoje, e como tal deve ser tido, uma referência, numa época onde teimam em faltar, e onde de tanto as carecemos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Papa é Universal, tal como Cristo!

João Galamba deu-se ao trabalho de ler a última Encíclica do Papa Bento XVI, Caritas in Veritate.
Acho bem. Primeiro porque elas foram escritas para ser lidas. E depois é bom que as leiam principalmente os católicos, mas não só, porque maioria das criticas que se fazem hoje à Igreja nascem da ignorância da não leitura dos referidos textos.


Infelizmente, decidiu cair na tentação de afirmar que o Papa tem ideias de Esquerda.
Eu lamento muito informá-lo, mas por muito que queira, o Papa não é de Esquerda. Nem de Direita. O Papa é da Igreja, é o seu representante universal, é a presença de Cristo na terra, e por isso, ele é de todos, não discriminando quem é de Esquerda ou de Direita. Tal como Cristo, veio para todos.

Convite

domingo, 12 de julho de 2009

O Perfil de Nun' Álvares por Franco Nogueira


Nuno Álvares, logo nomeado condestável, era de outra matriz humana. Impetuoso, ardente, místico, Nuno Álvares é o cavaleiro medieval. Desde novo, deixa-se absorver pelas histórias de Galaaz e da Távola Redonda, e sonhava para si demandas do Santo Sepulcro e do Santo Graal. Embrenhava-se nas artes militares; considerava o rei e a coroa como entidades sacrossantas; mas entendia que aquele e esta deviam estar ao serviço da numerosa hoste que era o povo. Personificava a ousadia e o destemor; e aos vinte e dois anos, julgando ferida a sua dignidade de oficial português, afrontou João de Castela, desconsiderando-o em público, com serenidade e aparato. Ficava atónito perante as tergiversações do Mestre; mas não desanimava; e transmitia ao seu ídolo a coragem de altas empresas. Para o Condestável antepunha-se a tudo o interesse do povo português, de cujos instintos profundos se sentia irmanado; e defendê-lo de Castela constituía a sua missão suprema. Como guerreiro, era chefe; e os demais, mesmo os velhos e experientes, aceitavam-no naturalmente nessa qualidade. Dos que o acompanhavam, se eram maus, fazia-os bons; e, se eram bons, fazia-os melhores. Sempre se houve com heroísmo e honra: no campo da luta, como capitão; em negociações políticas, como plenipotenciário; em expedições de África, como soldado de um reino em ascensão. Era afável de palavras, e acolhia comedidamente quantos da sua hoste dele se abeirassem, tanto capitães como homens de armas; mas no arraial, em curso de batalha, impunha-se e era temido como Senhor; e tornava-se bravo se alguém desobedecia ao regimento que lhe fora dado. Haviam-lhe medo os pequenos, e receio de o anojar os fidalgos e cavaleiros; mas depois da luta, por encobertos modos e graciosos gestos, procurava maneira de emendar os rigores de que tivesse usado. Não tinha cobiça, e das presas de guerra nenhuma guardava para si; e regia com muita justiça o que lhe estava confiado, resolvendo por «direita balança» os pleitos que lhe eram submetidos. Fazia esmolas e praticava caridade, especialmente em favor de envergonhados, viúvas e órfãos; e, quando morreu a condessa sua mulher, não voltou a casar-se e entrou em mística religiosa. Depois de assinadas as pazes com Castela, professou; e foi Frei Nuno de Santa Maria. Cumprira a sua missão: perdoou as dívidas, distribuiu as riquezas, repartiu o património de terras e vilas. Aniquilou-se. Vestiu o seu hábito, que considerava a sua mortalha. Recebeu uni dia a visita do embaixador de Castela, e na sua cela acolheu o enviado. Perguntou-lhe o embaixador: «Não despireis jamais essa mortalha?». Respondeu Frei Nuno: «Sim, se el-rei de Castela outra vez mover guerra contra Portugal». O embaixador, assombrado e de cabeça pendida, saiu da cela. Perante a alusão aos perigos do reino, ressuscitava o capitão indomável; e quando soube, já adiantado em anos, que praças portuguesas de África estavam em algum risco, do seu convento do Carmo atirou ao Rossio uma lança, exclamando: «Em África a poderei cravar, se preciso for». No cabo da sua existência, pouco saía. Envolto na estamenha em farrapos, com uma gorra desbotada a cobrir-lhe a cabeça, inclinado para a frente, apoiado a um bordão, passos arrastados, rosário nas mãos, ia por ruas e vielas e bairros escusos fazendo esmolas e amparando aflitos e ansiosos. Em l de Novembro de 1431 - quarenta e seis anos após Aljubarrota — morreu Frei Nuno. Foi profunda a emoção do reino, e sofreu-a fortemente João I. Este tinha a certeza íntima de que devia a Nuno Alvares o trono; e o povo, no seu instinto colectivo, sentia que desaparecera o arauto da honra, do interesse e da independência da nação. Foram-lhe feitas exéquias régias. João I assistiu: mandou dispor a seu lado uma cadeira vazia: a sua consciência nacional, amadurecida pelo governo, dizia-lhe que o Condestável fora um dos raros portugueses sem os quais o reino não seria o que era.

Albeto Franco Nogueira, As Crises e os Homens, Ática, Lisboa, 1971, Págs. 82-85

Obrigado

Ao Nonas e ao Corcunda. É demasiada simpatia a sua em aconselhar a visita a esta casa.
Eu sou assíduo na deles!

Isto é que é Não Incentivar...

Descobri isto nas Páginas Amarelas!

sábado, 11 de julho de 2009

Livro da Semana 3

A Lenda do Santo Bebedor, Joseph Roth, Lisboa, Assírio e Alvim, 1997
Joseph Roth é humano. E sabe bem o quanto custa a vida. O livro é pequeno, mas recheado de humanidade. A um bebado sem abrigo acontece um milagre: encontra um homem supreendente, disposto a ajudá-lo, pedindo apenas em troca que devolva o dinheiro que lhe emprestou a Santa Teresinha do Menino Jesus. O pedinte aceita. E o resto da história é a vida de um homem comum, que procurando ser fiel aos seus deveres, se vê constantemente perdido e ameaçado pelas escolhas que faz. Tudo não passa das mais simples tentações a que teria de dizer não. Tentanções que podiam ser as nossas. E com as quais nos vemos confrotados, na ânsia de alcançara felicidade. Para um católico poderiamos por a questão de forma simples: o amor a Deus é um acto de vontade, que implica uma renúncia a algo, um custo de oportunidade, que nunca é uma perda, mas um ganho.
O tormento do protagonista é esse: a simples incapacidade de corresponder ao que lhe é pedido.
Por outro lado, faz-nos notar o autor, na riqueza do dia-a-dia de Andreas, o nosso herói: a vida é feita de encontros, que nada mais são que pequenos milagres. É a esses que temos que corresponder. Por duas vezes encontra um senhor anónimo que lhe dá dinheiro, um senhor que lhe dá trabalho, um amigo da escola que lhe paga o hotel, um polícia que corre para lhe dar uma carteira que julga ser sua, mas não é. Constantemete vê a solução para o seu problema, o dinheiro para pagar a sua divida surgir-lhe caído nas mãos, mas constantemente lhe dá um uso individo.
Por isso nos dirá sábiamente o autor, que a vida tem que ser um desafio, porque se o não fosse, se tudo nos fosse dado de bandeja, facilmente nos perderiamos.

«Não há nada a que nos possamos habituar tão facilmente como aos milagres, quando estes acontecem duma forma sucessiva. Sim! A natureza do homem é tal, que este se chega a tornar mau, quando não lhe é concedido ininterruptamente tudo aquilo que um destino casual e temporário lhe pareceu prometer. São assim os Homens»Pág. 46

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Livro da Semana 2

O Herói, Pino Farinotti, Lisboa, Princípia, 2009
Pino Farinotti escreveu um livro simples mas actualíssimo: o diálogo entre duas religiões antagónicas, entre duas civilizações distintas. Numa cegueira momentânea, que o leva a considera que os "os muçulmanos fazem o que devem fazer", um cristão - não é católico nem praticante - decide tentar, por provação constante de vários amigos muçulmanos, de tentar entrar e rebentar uma mesquita. Sendo incitado ao longo de toda a obra a através de vários personagens com quem se cruza a cometer tamanho acto, revelar-se-á o protagonista revoltado com o "S. Pedro", porque os que aí habitam "se deixam aniquilar", e por ficarem "inertes, temerosos, cheios de medo". "Não temos força, não temos uma centelha de fé."
A questão que se coloca é essa: será o Cristianismo uma religião frágil, fraca e até auto-destrutiva por força da tolerância e liberdade que propõe? Não deveria o cristianismo eliminar os seus opositores?
O livro é esta constante provocação. Num diálogo entre as personagens, uma delas, muçulmana dirá ao "herói", que se o visse dizer mal da sua religião o mataria logo, mas que se o contrário acontecesse, nada aconteceria.
No momento crucial da estória, o protagonista, Franco Ferrari, desiste do seu plano. O que o move é o impulso que tem de ajudar um muçulmano doente, que se encontra junto a si na mesquita escolhida para o acontecimento fatal.
Aí se comprovará a sua natureza cultural diferente: incapaz de ser mortífero e letal como os amigos que o acusam, a si e aos da sua religião, de cobardia, a personagem principal é incapaz de cumprir a missão a que se propôs. A compaixão é notória e gritante, e fala mais alto, como já se vira no momento em que manifesta o desejo de entrar numa mesquita para a rebentar, mas na hora em que houvesse menos gente, para que daí não resultassem muitas vítimas...
É assim que o autor elimina o problema fatal da história: é que a grandeza do cristianismo não se pode medir pela guerra ou limitação ao opositor, mas antes reside nesse amor ao próximo. Não se encontra na guerra ao inimigo, pois que este só se pode converter por gestos de amizade e não pela força.
Curto, directo, simples e duro: Farinotti reflecte sobre o problema de forma crua.

«-Olhe aquelas janelas. Aquelas iluminadas.
Olhei, seguindo a mão dele.
-Sim?
-Alguma delas pertencerá já a uma família muçulmana. Serão cada vez mais... Agora serão talvez duas, depois serão dez, depois metade, depois todas... Vocês têm o inimigo a poucos cintímetros, à espessura de uma parede. Odores diferentes, ruídos e sons diferentes, mas não fazem nada - disse, sorridente.
(...)
-Não poderemos manter cada um de nós os seus próprios ritos?
-Prevemos isso, mas estamos com a razão. Estaremos a fazer-vos um favor ao trazer-vos para o nosso lado.
-Que simpáticos. Mas suponha que alguém não queria isso.
Votou a apontar para o prédio:
-É uma missão, mas também um honra, para um muçulmano, matar o seu próprio vizinho cruzado. Mas isso não será necessário.
-E o vizinho cruzado não se defenderá?
-Numa luta corpo a corpo, perderá. Disso não há qualquer dúvida.
Isto já me tinha sido dito, e nos mesmíssimos termos.
-Deviam ter feito uma lei que expulsasse todos os muçulmanos do vosso país; mas agora é demasiado tarde - respondeu-me, - Podemos prejudicar-vos, negando-vos o petróleo. E os vossos pacifistas assumirão a nossa defesa.
(...)
-Somos vitais e prolíficos. O ocidente exaurir-se-á devido à esterilidade, até mesmo biológica. Vocês também sabe disso... (...)
-Está muito irritado, não é verdade? - disse Bakr.
Não respondi. estávamos já na Via Foscolo, quase em frente ao hotel. Olhou-me bem nos olhos.
-Não sente vontade de me agredir?
De novo o silêncio.
-Se você me tivesse falado desta maneira, talvez eu o tivesse morto - prosseguiu.»
Págs. 111 a 114

Tempo de Vésperas

Jantámos, Viajámos, Dançámos,
Não nos chateámos.
Cedemos; não amuamos,
Ainda nos amámos.

Chamava-te a toda a hora fofinha,
"Prometes ser eternamente minha?"
Pintámos arco íris com mais cores,
Voámos sobre eles e todos pareceram coisas menores.

Olho para o presente
e comparo-o ao passado.
Fitei-o de repente,
E notei que éramos recém-casados.

A ausência não foi tua ou minha,
A nossa agonia não é actual.
Deste-te a mim de forma parcial,
Enganaste-me quanto ao que tinha.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Corninhos

Jornal Público, Sábado, 04.07.2009, Vasco Pulido Valente
«Manuel Pinho entrou anteontem na imortalidade. Nunca na história parlamentar portuguesa governo algum respondera à oposição pelo método simples de lhe fazer "corninhos". Já nesta democracia houve um deputado que chamou a outro f.d.p., sem consequências de maior. Na Monarquia Liberal a ameaça de morte era frequente e o qualificativo de "ladrão" quase diário. E durante a República muitos deputados, dando um passo em frente, andavam com pistolas bem à vista, para edificar (e tranquilizar) a representação nacional. Só dos "corninhos", nesses tempos em que se respeitava a oratória e a força, ninguém se lembrou. Foi preciso o advento de Manuel Pinho para os "corninhos" entrarem ruidosamente na retórica oficial. Mesmo à custa de um ministério, suponho que o homem está feliz.
Sucede que os "corninhos" têm uma intrínseca ambiguidade. Como linguagem gestual não codificada, não se sabe ao certo o que querem dizer. Não acredito que o suave Pinho pretendesse pôr em causa a santíssima mulher de Bernardino Soares (que talvez nem exista). Mas se não pretendeu, que significam os "corninhos"? Podem significar um mundo de coisas. Por exemplo: "A mim não me apanhas tu!", "Toma lá e cala a boca!" ou "Para mim vens de carrinho!". Comentários que, embora não se distingam pela elegância, caem com certeza no domínio do que os senhores deputados aceitam como conversa tolerável. Afinal, na mesma sessão, Sócrates não hesitou em acusar Paulo Portas de histeria, um insulto grave, que a Assembleia não considerou abusivo.

O primeiro problema de Manuel Pinho é a língua portuguesa, que ele não conhece bem. Viveu em Paris, viveu em Washington e partilha com o economista comum uma certa dificuldade de expressão. Não se lhe deve levar a mal que, na falta de palavras, para exprimir a sua reprovação do PC (se de facto se tratava de reprovação), recorresse aos "corninhos". Tanto mais - e é esse o segundo problema de Pinho - quanto Sócrates manifestamente lhe recomendou intransigência e agressividade na defesa do Governo. Com o seu primeiro-ministro cercado pela esquerda e pela direita e, principalmente, pela ingratidão do país, Pinho não se aguentou. Outros fugiram. Outros não abriram a boca. Ele heroicamente fez "corninhos". Como, de resto, o Governo os faz continuamente a todos nós. A tradução correcta dos "corninhos" parece que é, segundo as melhores fontes, "Vocês que se lixem"».

Para baralhar e centrifugar...

Porque será que ninguém se insurgiu contra as palavras de Bernardino Soares?
É que no fundo, são também elas um sinal claro da pobresa democrática em que vivemos...

Pedestal


Verde é a cor das árvores e da esperança de Portugal.
É a cor do lápis com que pinto o teu pedestal.
É a cor do lenço que trazias noutros dias,
em que dizias, sentias, algo por mim.

Verde é a cor dos teus olhos,
Que incomparávelmente batem aos molhos,
Todas a maravilhas que descrevemos.

Falta-me a esperança, cresce-me saudade.
Morro por dentro como se fosse tarde.
E pergunto-me se não o é.

Há quem me grite que corra,
Que não perca a fé.
Mas já me pareces tão longe que não sei onde ir...

Talvez se te perseguir
consiga descobrir
uma poça de felicidade.

Da minha ou da tua,
O que me tire da mortandade,
Pois que já não sei o que me faz feliz.
Talvez o amor seja esta anormalidade,
Que até me vejo infeliz.

Mas só quero que rias.
Transformei-me em bobo só para te ouvir rir,
Sabias?
E aí está como as cartas de amor são ridículas,
Não crias?

(Menina, de Apoloniusz Kedzierski)

domingo, 5 de julho de 2009

Livro da Semana 1

Nuno Álvares Pereira, Jaime Nogueira Pinto, Lisboa, Esfera dos Livros, 2009
Do cavaleiro medieval, patriota e crente, passando pelo Condestável e o Mestre de Cerimónias até à Santidade, Jaime Nogueira Pinto percorre as facetas de São Nuno de Santa Maria, lembrando-o como homem decidido e carismático, e como grande representante, como bem dizia o João Marchante, da obediência a Deus, Pátria e Rei.
Disse que foi pela leitura de Oliveira Martins, que lhe fora oferecida pelo seu pai, por entre paragens e releituras de partes menos claras e, na idade incompreensiveis, que conheceu Nun'Álvares e o incluí-o entre os seus "heróis aos quadradinhos". Eu, incluí-o nos meus heróis através do seu livro. Figura histórica, foi grande entre os maiores, conheci-o pela leitura d'A minha primeira História de Portugal, de Couto Viana. Revisitei-o na minha juventude pela Crónica do Condestável, adaptado por Jaime Cortezão, e ultimamente pelo Nun'Álvares, Condestável e Santo de D. António dos Reis Rodrigues. Pelo meio houve a sua lembrança através do estudo da história de Portugal que sempre me aprazou, mas que infelizmente em Portugal não é leccionada como devia. A história é mal dada e a figura do Santo Condestável ignorada.
Por obra da Providência, chegou, como à muito se esperava à Santidade, e pude dedicar-lhe horas da minha ainda juventude, com maior atenção e seriedade que a idade exige.
É ele o meu Galaaz. O cavaleiro das guerras justas, casto, sério, misericordioso e amigo. Carismático cavaleiro, líder nato, que se curvou perante o ideal que descobrira, vivendo sempre neste mundo, pensando no outro. Assim conquistou a santidade. Sabia que Deus era aquele a quem tinha que ser fiel acima de tudo.
Duas palavras o definem: serviço e dever.
É bom relembrá-lo nos dias que correm. Numa época onde faltam as referências, que seja ele o nosso Galaaz, o nosso herói, o nosso épico exemplo de humanidade e santidade.

«O retrato, sendo convencional, dá-nos um homem pouco convencional - na piedade, na fé inabalável num ideal e na coerente aplicação das normas do bom viver cristão»Pág. 157

sábado, 4 de julho de 2009

Como se previa...


(Recebida por E-Mail)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ecos na blogosfera perguntam

Que aconteceria se o protagonista dos chifres fosse Alberto João Jardim?


E depois de uma magnífica faena...

...eis que o touro recebe a estocada final!

«Não havia qualquer hipótese de ficar», disse o ex-Ministro da Economia, mesmo depois de ter dito ainda no Parlamento, que tinha condições para continuar no Governo.

Resultado do debate parlamentar:
Palhaçada 1-0 Estado da Nação

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Olé!

E eis que o Ministro marrou no PCP e no BE.



Outros há que preferem malhar na direita.