«Tolstoi é talvez o primeiro a propor a famosa acusação que Virginia Woolf meio século mais tarde dirigiu contra os profetas públicos da sua geração - Shaw, Wells e Arnold Bennett - materialistas cegos que não perceberam que os seus acidentes exteriores, os aspectos sem importância extrínsecos à alma individual - as chamadas realidades sociais, económicas e políticas - com o que é realmente genuíno, a experiência individual, as relações específicas dos indivíduos entre si, as cores, cheiros, sabores, sons e movimentos, as invejas, amores, ódios, paixões, os raros lampejos de visão arguta, os momentos de viragem, a sucessão normal e diária de dados particulares que constituem tudo o que existe - e que são a realidade.»
[Isaiah Berlin, O Ouriço e a Raposa, in A Apoteose da Vontade Romântica, Bizâncio, Lisboa, 1999, pág.226]
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