Desço a rua solitário, como sempre. Lá em baixo, sob as casas que se sobrepõem em socalcos, vejo o mar.
Assim é Lisboa. Por entre ruas e ruelas que se estendem pelas sete colinas e se precipitam sobre o Tejo, vamos deambulando, como quem busca encontrar-se, e, perdido em pensamentos efémeros sobre o sentido da vida, encontro-te, Esperança, nesse manto da cor de certos limos do mar, onde descansam muitos dos que perderam a vida para que se ganhasse Portugal, como se tu contivesses a salvação do mundo, da humanidade, enfim, do meu tormento.
Não sou marinheiro. Nunca naveguei. Talvez por isso acredite tanto em ti. Porque só colocamos tanta esperança no que não conhecemos, porque desconhecemos as limitações de que padece.
Sem comentários:
Enviar um comentário