Os Clássicos sê-lo-ão eternamente? Não sei. Mas Puccini, para mim, será eterno. Não sei que alma têm os grandes génios da humanidade. Sempre os pensei infelizes, como aqueles homem a quem meio mundo deve e ninguém lhe paga. A diferença é que no caso dos Clássicos não é só meio mundo que está devedor. É a humanidade inteira. E eu sou parte dela.
Que bom este mundo, onde se provam prazeres impagáveis sem ter que pagar por eles.
Adoro Puccini, e a sua música que nos põe a alma a dançar. Porque ninguém lhe fica indiferente. Porque é impossível ficá-lo. Porque quando Lauretta, com a sua célebre ária O mio babbino caro consegue amolecer o coração do pai, o condenado por Dante, Gianni Schicchi (lê-se Sequiqui), Puccini consegue amolecer o coraçao de qualquer pessoa.
Estranha esta universalidade, universalidade que define os Clássicos, esses homens que inscreveram o seu nome num território que todos partilhamos, indo ao encontro do que de comum há em nós - eles, mais que ninguém, sabem o que somos e do que somos feitos.
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