Não sei o que é o amor.
Não sei o que é estar bem para a idade.
Não sei o que é estar careca de saber.
Não sei o que é ter cabelo aos 70.
Não sei quem és tu, o que foste,
De onde vieste, ou porque partiste.
Não sei se é para baixo ou para cima.
Não sei o caminho para casa dessa velha tia.
Podemos ir por cima.
Para ser diferente,
Para variar.
Mas o que são estas sete colinas?
E porque nunca as fui visitar?
Há tantas coisas por fazer nesta vida.
Porque nunca as pude experimentar?
Que esperança temos nós de conhecer o mundo?
Pessoas, livros, tudo.
Tudo é passageiro!
Tudo é efémero, mas verdadeiro.
E o que é a verdade?
Essa antiga e distante quimera da vaidade?
Eu sou melhor que tu. Porquê?
Porque sei mais;
Porque provei o sabor da Verdade ainda antes dos teus pais.
Porque eu vi o que não inventei,
Mas que sei e soube muito antes de ti.
Porque fui o primeiro e estou mais perto desse Jardineiro
Que plantou o Éden que abandonámos.
Enfim, cegamos por verdades, perdemo-nos nas eternidades,
Que não dizem nada do que sou ou poderei ser.
Inscrevem-me na carne a escravidão,
A uma perseguição de um sonho,
E, assim, privam-me da construção.