terça-feira, 18 de maio de 2010

O que esconde o Primeiro Ministro


Deus Meu! Não sei como vos diga isto. Mas parece que Sócrates esconde um segredo. Sim, o nosso Primeiro tem um dom; um dote especial; um truque que utiliza nos seus engates políticos. Senhor leitor, prepare-se. Sente-se. E escute agarrado à cadeira. Está preparado. Sim? Esse acenar afirmativamente com a cabeça é um sim? Então cá vai: o primeiro ministro dança; e dança bem!

Quem o diz não sou eu, mas o pobre Passos Coelho que não aguentou sem mácula o primeiro encontro. «Que Peixe Graúdo deve ser este Coelho; o Engenheiro comeu-o logo» exclamam já vozes desconhecidas no balcão do talho. E com razão. O Primeiro Ministro deu a volta ao líder laranja de forma invejável. E até o Fred Astair está boquiaberto. Ao que parece foi só executar o Arabesque à Bruxelas e prometer-lhe o Battement do Poder para que o sujeito lhe caísse nos braços.

E isto revela muita da qualidade dos dotes artísticos do nosso Engenheiro. Senão vejamos: ou é ele que possui um jogo de cintura irresistível; ou então, só devido a grande ignorância e ingenuidade da oposição, decidiria o Sr. Coelho mostrar os seus dotes de Nureyev em sinal de assentimento - e não notando que o parceiro dançava ballet em vez do prometido tango - correndo a executar um plié.

Resultado: humilhação, aumento de impostos, quebra de promessas eleitorais antes de ser eleito e, claro, desculpas. E um Primeiro Ministro a executar Boleos e Latigazos com o Ministro das Finanças. Enfim: Sócrates deu baile!

Falando sério: o país está de rastos. É mais dinheiro que sai dos bolsos dos portugueses, sem haver sequer a promessa real de crescimento económico. Tudo isso porque não se fazem as reformas absolutas e necessárias como a do mercado de trabalho, da educação, a reforma institucional e mesmo da estrutura económica do país. Mas pedir a um governo minoritário que faça reformas corajosas, quando esse não as fez quando era maioritário, dever ser algo completamente absurdo. (Ouço vozes na minha cabeça que me dizem: É claro que é absurdo!) E, por isso, o melhor é continuar a olhar para o lado e fingir que nada acontece. Ou melhor, fazer uma festa e ver se a crise passa. Alguém traga as bebidas. Eu não posso. Não tenho dinheiro. Mas garanto-vos pelo menos animação: o Engenheiro e o Coelho já estão na pista de dança.

Só espero que no fim não acabemos a dizer o que eu escreverei no fim deste post:
eles dançaram o tango. E decidiram que o país tinha que fazê-lo também. Com um pormenor: de tanga.

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