sexta-feira, 28 de maio de 2010

28 de Maio: Revolução Nacional

Perante os Radicais, com os seus grupos paramilitares e os seus clientes na administração e nas forças armadas, nenhum governo parlamentar, civil, poderia resistir. Só o próprio exército, em 1926, conseguiu destruir essa máquina. Rui Ramos

sábado, 22 de maio de 2010

Obrigado Aura! Muito, Muito Obrigado!

Na página da Resnascença, escreve assim Aura Miguel:
Desprestigiante 21-05-2010 08:56
O Papa bem nos avisou: “Precisamos de verdadeiras testemunhas de Cristo e não de pessoas falsas; sobretudo onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo, como por exemplo na política.
Porque em tais âmbitos - disse o Papa em Portugal - não faltam crentes envergonhados que dão as mãos ao secularismo e constroem barreiras à inspiração cristã.” Pois, aqui está uma boa definição de Cavaco Silva.

Que pena, Sr. Presidente. Se o Sr. tivesse assumido a sua posição antes de Bento XVI vir ao nosso país, teria sido mais honesto para com o Papa e para com os portugueses...

Mas não. O Sr. tomou a típica opção que desprestigia a política: encheu-nos de palavreado e lindos discursos de sabor cristão, para afinal fazer o contrário do que insinuou durante os quatro dias que andou com o Papa. Para quê Sr. Presidente? Para ganhar mais votos?

O Sr. sentou-se lá à frente na missa e ouviu certamente o que o Papa disse: ”o acontecimento de Cristo é a força da nossa fé e varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano (...) mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós".

O Presidente da República fez exactamente o contrário disto, dois dias depois de se despedir do Papa.

Começo a acreditara que o País pode começar a pensar em andar para a frente, tais têm sido os julgamentos feitos à atitude do Presidente da República. Cito as palavras de Aura Miguel porque vão profundamente ao encontro daquilo que penso. Parecia até que estava a ler o João Pereira Coutinho. Mas podia citar outras. Veja-se o incansável esforço dos laboriosos d' O Inimputável, ou o post da Inez Dentinho, e a sua pérola «Teríamos homem?». Brilhante, Deus meu, Brilhante!
Os Católicos começam, finalmente, a sair em sua defesa, e dos seus. A visita do Papa fez muito bem ao país. É tempo de se por fim aos conformismos. É tempo dos Católicos deixarem de engolir e amochar as atitudes desses outros que, em tempo de eleições, prometem sempre estar do seu lado. Como escrevia o Pedro Quartin Graça no Corta Fitas, «As sistemáticas declarações de Cavaco Silva sobre a necessidade de estabilidade na actual situação política, começaram verdadeiramente a desgastar o seu eleitorado tradicional». Deus queira.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Para que serve a Constituição?


1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.

Mas que parte do artigo é que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais não terá percebido?

terça-feira, 18 de maio de 2010

O que esconde o Primeiro Ministro


Deus Meu! Não sei como vos diga isto. Mas parece que Sócrates esconde um segredo. Sim, o nosso Primeiro tem um dom; um dote especial; um truque que utiliza nos seus engates políticos. Senhor leitor, prepare-se. Sente-se. E escute agarrado à cadeira. Está preparado. Sim? Esse acenar afirmativamente com a cabeça é um sim? Então cá vai: o primeiro ministro dança; e dança bem!

Quem o diz não sou eu, mas o pobre Passos Coelho que não aguentou sem mácula o primeiro encontro. «Que Peixe Graúdo deve ser este Coelho; o Engenheiro comeu-o logo» exclamam já vozes desconhecidas no balcão do talho. E com razão. O Primeiro Ministro deu a volta ao líder laranja de forma invejável. E até o Fred Astair está boquiaberto. Ao que parece foi só executar o Arabesque à Bruxelas e prometer-lhe o Battement do Poder para que o sujeito lhe caísse nos braços.

E isto revela muita da qualidade dos dotes artísticos do nosso Engenheiro. Senão vejamos: ou é ele que possui um jogo de cintura irresistível; ou então, só devido a grande ignorância e ingenuidade da oposição, decidiria o Sr. Coelho mostrar os seus dotes de Nureyev em sinal de assentimento - e não notando que o parceiro dançava ballet em vez do prometido tango - correndo a executar um plié.

Resultado: humilhação, aumento de impostos, quebra de promessas eleitorais antes de ser eleito e, claro, desculpas. E um Primeiro Ministro a executar Boleos e Latigazos com o Ministro das Finanças. Enfim: Sócrates deu baile!

Falando sério: o país está de rastos. É mais dinheiro que sai dos bolsos dos portugueses, sem haver sequer a promessa real de crescimento económico. Tudo isso porque não se fazem as reformas absolutas e necessárias como a do mercado de trabalho, da educação, a reforma institucional e mesmo da estrutura económica do país. Mas pedir a um governo minoritário que faça reformas corajosas, quando esse não as fez quando era maioritário, dever ser algo completamente absurdo. (Ouço vozes na minha cabeça que me dizem: É claro que é absurdo!) E, por isso, o melhor é continuar a olhar para o lado e fingir que nada acontece. Ou melhor, fazer uma festa e ver se a crise passa. Alguém traga as bebidas. Eu não posso. Não tenho dinheiro. Mas garanto-vos pelo menos animação: o Engenheiro e o Coelho já estão na pista de dança.

Só espero que no fim não acabemos a dizer o que eu escreverei no fim deste post:
eles dançaram o tango. E decidiram que o país tinha que fazê-lo também. Com um pormenor: de tanga.

O Morno


Assim, porque és morno - e não és frio nem quente - vou vomitar-te da minha boca
Apocalipse 3:16

(E a reeleição - cheira-me - também já perdeste...)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

«mas agora tendes de me deixar dormir, senão a noite não seria boa»

SANTA MISSA NO TERREIRO DO PAÇO

O dia em que Pedro chegou a Portugal


Eis o Papa. Não este Papa, mas O Papa; O Nosso Papa; O Meu Papa.
Porque o Papa é sempre um e sempre o mesmo: Pedro, o pescador da Galileia que se tornou pescador de homens; o pastor a quem Cristo entregou a tarefa de apascentar as Suas ovelhas.

domingo, 2 de maio de 2010

O Dia do Cravo Desfolhado

Talvez este seja o único ano em que o 25 de Abril seja digno, não de festa, mas de mínima reflexão. E tudo se deve ao problema Africano. Senão vejamos: oito dias antes da celebração da data, assistimos às feéricas declarações do Pai da Democracia, Mário Soares. «Eu sempre achei que Cabo Verde não deveria ter sido independente» disse o memorável "Presidente Fixe", e não se ficando por aqui acrescenta, «Eu pensava que Cabo Verde não é propriamente África porque Cabo Verde é um arquipélago do norte do Atlântico e que há uma relação que deveria ter sido mais explorada entre os três arquipélagos existentes que são Europa, ou seja, Açores, Madeira, depois Canárias e podia ser Cabo Verde» .
Mas a festa não se ficou por aqui. Seguiu-se o mítico General Eanes que só agora descobriu que a descolonização, afinal, «não foi a melhor, muito longe disso».

Por entre os apupos e opiniões costumeiras, do achista ao comentador, as declarações foram maioritariamente consideradas polémicas. Mas arrepia-me pensar dessa forma. Hoje custa-me acreditar que algo que não seja futebol ou Cristiano Ronaldo cause polémica neste país onde a palavra indignação deixou de existir. Por entre todos os defeitos que se lhes possam apontar, e da contradição que representam perante as ideias que sempre propagaram, estas declarações têm o mérito de ser realistas, e pode ser que ajudem a julgar a história de Portugal, especialmente o período do 25 de Abril.
Porque o 25 de Abril não foi o que se diz; muito pelo contrário, foi o que foi: foi a Revolução que enviou Marcello Caetano para o Brasil, levou ao PREC, e deu lugar ao 25 de Novembro, etc. Não foi a revolução que ficou por cumprir: foi a que se fez, com todos os seus defeitos e pecados.
E é tempo, para bem do país, de a olharmos com o olhar recto da justiça, sem paixões, nem partidos. É tempo de por fim aos juízos morais que ditam a história recente de Portugal. É tempo de parar de julgar a revolução pelos ideais que pretendia alcançar. É tempo de olhá-la como foi; de olhar a realidade.