domingo, 14 de março de 2010

Graças a Deus!


O PSD ao aprovar a famigerada lei da rolha, reconhece o seu estado actual e a sua derrota nas legislativas. É que o problema do PSD não era só Manuela Ferreira Leite e o seu ar de dama de ferro. Era muito pior que isso: era o facto de o partido se resumir apenas a um molho de retalhos. Sim, um mero conjunto de retalhos, porque para manta ainda falta uni-los.

A medida é legitima, mas pergunto-me se terá sucesso. É que o partido precisa de se ir construindo. E como defendia Popper, para isso é necessário haver espaço para conjecturas e refutações. Veremos se o prego não vira o bico, e em vez de um partido unido e liberal, se torna um partido uno mas totalitário, nas mãos de um novo líder.

Mas não se assustem já os mais temerários. Também há coisas boas nesta medida. E a primeira é que talvez seja agora possível calar o quase arrivista Fernando Costa, que entre enfardar trouxas de ovos das caldas ou atirar ovos a todo e qualquer filiado no partido, ainda hesita como Arjuna. Há já quem exclame: "Graças a Deus!".

3 comentários:

  1. Foi e será sempre o partido mais interessante da democracia portuguesa. E o único que contribuiu verdadeiramente para o nosso progresso desde 1974. Estás em desacordo?

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  2. Não sei. O que queres dizer com interessante?

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  3. Digo interessante no sentido trágico-cómico do termo lol. Porque, de facto, é o partido com mais densidade psicológica que por cá temos.
    Por outro lado, a política portuguesa, nos últimos meses, tem dado razão todos os dias à (ainda) actual direcção. É ver como o discurso de MLF no Congresso que antecedeu as directas de 2008 se aplica hoje, ipsis verbis, à nossa situação. O próprio PEC representa uma espécie de vitória eleitoral póstuma do PSD.
    O grande problema está em que os portugueses continuam a preferir a ocultação de números, o discurso de irresponsabilidade, de promessas utópicas, etc. etc.

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