segunda-feira, 22 de março de 2010

As Rolhas

A ‘lei da rolha’ foi aprovada no congresso laranja e, nos dias seguintes, o mundo desabou sobre o dr. Santana. ‘Estalinismo’, disseram as comadres, com típico rigor histórico.

Perdoo-lhes, porque elas não sabem o que fazem. E, com total honestidade, envio um abraço ao dr. Santana: a ideia de punir militantes em vésperas eleitorais pode ser uma violência para quem preza a opinião livre. Mas quem preza a opinião livre tem sempre um caminho altamente meritório: não entrar para um partido ou, em alternativa, sair dele. Porque o PSD, ou o PS, ou até o PCP têm toda a legitimidade para organizarem a casa como entendem, desde que não imponham aos outros as regras que aplicam aos seus.

Claro que, à margem desta discussão, existe outra: a oportunidade. Um partido que denuncia a ‘asfixia’ fora de portas não devia exibir em público as suas ‘asfixias’ privadas. Mas esta questão táctica não altera o paradoxo essencial: os paladinos da liberdade são precisamente os mesmos que condenam as escolhas livres de um partido a que não pertencem. Haverá maior exibição de intolerância?
João Pereira Coutinho, in CM de 19 de Março de 2010

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