Guilherme de Oliveira referiu, também, que a nova lei veio permitir que Portugal acompanhe o que tem acontecido nos outros países europeus. “O nosso sistema não é revolucionário, vai no caminho dos países europeus, ainda que mais conservador que, por exemplo, a Espanha”, concluiu.
Mas de onde vem este estrangeirismo? Esta inveja estatal? Esta falta de amor próprio e de razão? De onde vem esta tendência para a globalização?
Sobre a forma como vivemos hoje em dia, perguntei um dia a um professor meu, se um homem não democrático poderia viver em Portugal, se a mesma democracia lhe é imposta e impossível de revogar legalmente. Estendi a pergunta aos outros que sentem a impossibilidade de realização humana só porque vêem as suas crenças e ideais pisados pela regra da maioria, que ilimitada, permite até a minha morte, pressupondo apenas um número considerável de votos. A resposta não foi surpreendente: ninguém é obrigado a viver em Portugal. A pergunta que se colocaria de seguida é esta: pois bem, num mundo onde todos os Estados uniformizam as suas políticas, sem as pensarem, sob lemas de modernismo e evolução, onde poderá um homem não conforme viver, se todos os países do mundos pensam e vivem da mesma maneira.
Engraçado é notar que, numa Europa que sempre viveu sobre a égide da multiculturalidade, com princípios comuns, hoje se assista a uma uniformização de medidas estaduais, sempre no mesmo sentido, sempre nos mesmos fins. Hoje a Europa - e piorará depois de 1 de Janeiro - está mais centralizada e uniforme que os Estados Unidos. Mais graça tem notar que a Europa, quando toma estas medidas, procura apenas seguir o modelo americano, na ânsia de fazer frente à sua hegemonia, que a Europa perdeu à não muito tempo. No fundo, são como crianças que copiam do vizinho da carteira do lado, num teste. O problema é que a Europa copia mal. Mais: o problema é que a Europa copia mal o que está bem, e bem o que está mal.
Hoje cada vez mais se procura por fim às identidades. Mas se as enterrarem, levem também aqueles mentirosos motes banais e cínicos, que tantos placards publicitários enchem, e que dizem que "neste mundo há lugar para todos".
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