António Serzedelo e Paulo Corte-Real consideram infundadas e particularmente graves as declarações do Cardeal Bertone, porque ofendem uma luta de pelos direito civicos e humanos, e aumentam o preconceito contra as pessoas homossexuais.
O que me surpreende no debate deste tema é a pouca razoabilidade com que se disparam argumentos. Há sempre uma preocupação com a honra própria; e sempre uma ausência de cuidado com a honra alheia.
Há não muito tempo, em Inglaterra, o governo tentou implementar uma medida de prevenção da pedofilia que consistia, pura e simplesmente, na obrigação de todo e qualquer adulto cuja actividade laboral estivesse minimamente ligada a crianças, de se submeter a um teste que garantiria ao examinando um diploma oficial que atestaria que ele, afinal, não era como Lewis Carroll ou Nabokov. A medida, está claro, suscitou debates calorosos por uma razão mais que evidente: mais do que prevenção da pedofilia, a medida garantiria um incentivo ao julgamento social (mesmo sem crime). A presunção de inocência inverter-se-ia para presunção de pedofilia. E poderíamos adivinhar o rápido aumento de casos de vindicta privada.
Mas centremos a nossa atenção no que importa: a pedofilia não é uma característica humana. É um comportamento desviante. É um crime; é o supremo e mais repugnante crime que se pode cometer. E quem o comete são homens. Homens de todos os géneros e idades, de todas as cores e nacionalidades. De padres a chefes de governo, de pais a educadores de infância.
Se o Cardeal Bertone errou, não sei. Nem sei o que disse. Sei é que há uma disparidade de critérios nos julgamentos da questão. Fazer de qualquer homossexual um pedófilo é, para a maioria das vozes saídas da comunicação social, um passatempo habitual de gente conservadora, reaccionária, anti-modernista, discriminatória e de má fé. Mas proclamar que todos os padres são pedófilos é uma evidência que só criminosos podem negar.
Enfim. Passados milhões de anos de civilização chego à conclusão pouco simpática de que afinal ninguém conhece ainda a matéria de que os Homens podem ser feitos.
A pedofilia não é exclusiva dos padres, assim como não o é dos homossexuais. É uma desordem mental; um erro dos Homens. É um crime, assim como a tortura ou o assassínio. E é, infelizmente, algo que se sabe existente nos quatro cantos do mundo.
Deixarmo-nos ir pelas generalizações, nivelar todos os comportamentos, não retira apenas a racionalidade que a questão exige e necessita. Faz muito pior que isso, Deus meu: retira-lhe toda e qualquer justiça!
O que me surpreende no debate deste tema é a pouca razoabilidade com que se disparam argumentos. Há sempre uma preocupação com a honra própria; e sempre uma ausência de cuidado com a honra alheia.
Há não muito tempo, em Inglaterra, o governo tentou implementar uma medida de prevenção da pedofilia que consistia, pura e simplesmente, na obrigação de todo e qualquer adulto cuja actividade laboral estivesse minimamente ligada a crianças, de se submeter a um teste que garantiria ao examinando um diploma oficial que atestaria que ele, afinal, não era como Lewis Carroll ou Nabokov. A medida, está claro, suscitou debates calorosos por uma razão mais que evidente: mais do que prevenção da pedofilia, a medida garantiria um incentivo ao julgamento social (mesmo sem crime). A presunção de inocência inverter-se-ia para presunção de pedofilia. E poderíamos adivinhar o rápido aumento de casos de vindicta privada.
Mas centremos a nossa atenção no que importa: a pedofilia não é uma característica humana. É um comportamento desviante. É um crime; é o supremo e mais repugnante crime que se pode cometer. E quem o comete são homens. Homens de todos os géneros e idades, de todas as cores e nacionalidades. De padres a chefes de governo, de pais a educadores de infância.
Se o Cardeal Bertone errou, não sei. Nem sei o que disse. Sei é que há uma disparidade de critérios nos julgamentos da questão. Fazer de qualquer homossexual um pedófilo é, para a maioria das vozes saídas da comunicação social, um passatempo habitual de gente conservadora, reaccionária, anti-modernista, discriminatória e de má fé. Mas proclamar que todos os padres são pedófilos é uma evidência que só criminosos podem negar.
Enfim. Passados milhões de anos de civilização chego à conclusão pouco simpática de que afinal ninguém conhece ainda a matéria de que os Homens podem ser feitos.
A pedofilia não é exclusiva dos padres, assim como não o é dos homossexuais. É uma desordem mental; um erro dos Homens. É um crime, assim como a tortura ou o assassínio. E é, infelizmente, algo que se sabe existente nos quatro cantos do mundo.
Deixarmo-nos ir pelas generalizações, nivelar todos os comportamentos, não retira apenas a racionalidade que a questão exige e necessita. Faz muito pior que isso, Deus meu: retira-lhe toda e qualquer justiça!
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