domingo, 18 de outubro de 2009

Esclarecimento


Muitas pessoas - todas elas equivocadas - julgam o meu aparecimento ao lado de Pedro Santana Lopes na campanha do Movimento Lisboa com sentido como um acto de partidarismo. Nego-o completamente; tudo isso é falso.

A política é para mim um espaço nobre. Não me entrego a ela levianamente. Antes, faço-o com a consciência de que o meu empenho possa trazer resultados bons e, consequentemente, úteis. Entro no seu jogo quando pressinto a importância das suas causas, quando elas são as minhas e, acima de tudo, quando por elas me devo bater.

Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre. Já aqui o afirmei.
Não tenho partido. Nem me parece que algum dia o vá ter, pois que a minha visão do mundo é muito diferente da que hoje predomina. Ou como dizia o João Pereira Coutinho, «mesmo que quisesse, não haveria partido para mim. O hábito desagradável de pensar pela minha cabeça não se ajusta a um mundo maioritariamente povoado por gente sem cabeça que pensa com a dos outros».

Por isso, o meu partidarismo não existe, assim como não existe o meu partido.
No entanto, a minha intervenção política não deixa de existir por isso.
Não acredito no partidarismo. É verdade. Mas, amaldiçoado seria se me encontrasse tão dependente dele, que por causa disso deixasse de dizer, por ninguém querer ouvir, o que me grita a consciência!
Acredito em causas e em projectos credíveis. E foi isso que me motivou a apoiar Pedro Santana Lopes. Acreditei naquele projecto. E podia ser-lhe útil apoiando-o; e mais: dando-lhe o meu voto.

Não ganhei, como habitualmente não ganho. Mas agi, como faço sempre, em consciência. Não quis, nem queria um Presidente submisso ao governo, e que desconhece por completo Lisboa. E acreditei num homem com um passado político - que existe, mas que se encontra maioritariamente escondido por detrás de episódios de uma vida privada, que não é, apesar de tudo, a pior das figuras públicas e políticas que conhecemos. Julgá-lo por maus meses como Primeiro-Ministro é ignorar a questão que agora se debateu. Esquecer o que fez por Lisboa, para o julgar pelo que se mostrou incapaz de fazer na direcção de um país, parece-me por tudo isto profundamente injusto; verdadeiramente errado.
Porque, ao contrário do que se diz, Lisboa não é Portugal...

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