segunda-feira, 28 de junho de 2010

Faz-me Pena


Que culpa tem o destino?
Deste destino que eu tenho
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho

É meu destino
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho

Se o desespero matasse
Eu já teria morrido
Talvez alguém me chorasse
Talvez o tenha merecido

Sinto que cheguei ao fim
Das ilusões que não tive
Porque alguém gosta de mim
Algo de mim sobrevive

Cheguei ao fim
Mas se alguém gosta de mim
Algo de mim sobrevive

Adeus que chegou a hora
Há muito a venho esperando
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando

Já vou embora
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando

Amália Rodrigues

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Valores

«Era um mito, um valor e, como todos os mitos e todos os valores, intocável e indiscutível.»Jaime Nogueira Pinto, Jogos Africanos, página 17

Ser Amargo

Manuel Maria Carrilho escreve assim no Diário de Notícias:
«Nenhum escritor representa um país. De resto, quanto maior ele for, menos o representa, porque a grandeza criativa vai sempre a par com a singularidade, a dissensão, a controvérsia, a solidão.»
Bastou-me. Não preciso ler mais.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Barbaridades

Ouço o Pedro Abrunhosa na RTP, num espectáculo dedicado ao centenário da república, e constato o já longo e fracassado caminho da educação nacional.
Segundo ele, o «Norte deu sinais ao Sul de que aí vinha a República. E com a República veio a Democracia».
Enfim, não comento a barbaridade histórica. Nem a aberração que significa à luz do momento que festejam.
Mas deixo a dúvida, de como é possível considerar sequer alcançável uma elite cultural, quando aqueles que deviam representá-la não se inibem de fazer afirmações ignorantes sobre temas distantes dos da sua alçada, fundados em idealismos históricos, mas desprovidos de qualquer verdade histórica ou factual.

quinta-feira, 10 de junho de 2010